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Segunda - 14 de Fevereiro de 2011 às 12:34

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Forças de segurança do Bahrein atiraram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar manifestantes antigoverno nesta segunda-feira antes de que grandes protestos já planejados sejam realizados e levem para o país a onda de reforma árabe para o golfo Pérsico.

Os tumultos esporádicos, registrados desde a noite de domingo, ressalta o forte aumento das tensões no pequeno reino --a ilha é um aliado estratégico do Ocidente e abriga a quinta frota da Marinha dos Estados Unidos.

Páginas na internet de redes sociais têm sido inundadas de convocações --feitas por diversos grupos jovens, ativistas pelos direitos civis e outros-- para se juntarem às demonstrações previstas para esta segunda-feira, um dia simbólico no Bahrein por ser o aniversário da Constituição do país, de 2002, que gerou reformas pró-democracia e um Parlamento eleito.

Mas grupos de oposição objetivam mudanças profundas na dinastia governante, incluindo a transferência de mais poderes de decisão para o Parlamento. A maioria da população do Bahrein é xiita --cerca de 70%--, que têm há muito reclamado da discriminação sistemática dos governantes sunitas.

A nação, que não é maior do que Nova York, está entre as mais voláteis politicamente no golfo Pérsico. Uma repressão contra dissidentes no ano passado gerou confrontos e batalhas de rua em áreas xiitas.

No vilarejo xiita de Diraz, a polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para impedir uma marcha formada por centenas de manifestantes pacíficos que levavam bandeiras do país e cantavam: "Sem xiitas, sem sunitas, apenas bareinitas".

Uma mulher sentou na rua, em frente a soldados da tropa de choque, e pediu a liberdade de todos os prisioneiros políticos.

Mais cedo, forças de segurança avançaram contra manifestantes no vilarejo xiita de Newidrat, no sudoeste do país. Várias pessoas ficaram feridas, segundo testemunhas.

No domingo, unidades de segurança e manifestantes entraram em choque na vila de Karzakhan, no oeste do Bahrein, ferindo tanto manifestantes quanto policiais.

Na capital, Manama, forças de segurança estavam em alerta máximo em antecipação a possíveis protestos e possíveis multidões fluindo em direção aos principais cruzamentos da cidade --uma tentativa de ecoar os protestos centrados na praça Tahrir, no Cairo.

CONCESSÕES

Os líderes do Bahrein responderam aos chamados para o "Dia de Fúria" com concessões que objetivam acalmar os manifestantes.

O governo prometeu a amenizar o controle estatal sobre a mídia.

Na semana passada, o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa, concedeu a cada família do país o equivalente a quase US$ 2.700.

O país não tem a riqueza gerada pelo petróleo de quase todas as nações do golfo Pérsico e, por isso, não pode sustentar os generosos programas sociais que são comuns na região.






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