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Agronegócios
Segunda - 14 de Fevereiro de 2011 às 10:26
Por: Alexandre Alves

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Reprodução/Ilustração

 A medida que a colheita da soja avança nas regiões norte e médio norte de Mato Grosso, um antigo problema para os produtores da oleaginosa volta à cena: a falta de caminhões e o consequente aumento no preço do frete. E neste ano a tendência é o sojicultor pagar mais caro ainda para levar os grãos aos portos de Santos e Paranaguá, já que a produtividade por hectare está sendo boa.

O presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Elso Pozzobom, disse, em entrevista ao Olhar Direto, que um conjunto de fatores leva ao aumento do preço do frete nessa época. “A colheita da safra aqui na região coincide com outras regiões e isso acaba gerando uma concorrência por caminhões, aumentando os preços. Além disso, as lavouras estão produzindo bem e, com mais grãos, necessita mais caminhões”.

Em Sorriso a colheita chega a quase 20% da área plantada. Com menos caminhões disponíveis para escoar a safra até os portos, o preço sobe. Pozzobom disse que as transportadoras estão cobrando cerca de R$ 200 por tonelada, preço médio, por saca, de R$ 10.80. “Fica muito caro transportar a soja em cima de caminhão por quase 2.5 mil quilômetros”, reclama.

Em Sinop, onde a colheita também se aproxima dos 20%, o vice-presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Ilson José Redivo, aponta que o governo precisa criar artifícios para baratear o frete. “A solução mais rápida vai ser a conclusão da BR-163 até Santarém, o que deve baixar o preço em torno de 30%. Mas o governo federal precisa intervir nas ferrovias”, aponta.

Redivo disse que a construção da Ferrovia Centro Oeste, que chegará a Lucas do Rio Verde, não será a solução caso seja explorada apenas por uma empresa. “Atualmente a ALL [América Latina Logística] domina o setor ferroviário e isso não gera concorrência. O preço final se aproxima do transporte rodoviário”, comenta.

Na análise do produtor rural, o governo deveria adotar o sistema americano de ferrovia, em que várias empresas são autorizadas a operar nos trilhos. “O governo tem que alugar a malha para quem colocar composição, como é nos Estados Unidos e no mundo inteiro. Do jeito que está, vira monopólio”.

Redivo revela que essa cobrança já é feita pelo setor produtivo, porém, ainda não houve avanços. “A solução do problema para baratear o transporte ferroviário o governo já sabe. Mas até agora não fez nada para isso”, completa.






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