Várzea Grande virou um bolsão de miséria, afirma Jayme em discurso
O senador Jayme Campos (DEM), que já comandou a Prefeitura de Várzea Grande por 14 anos, classificou como caótica a situação que a cidade enfrenta nas questões referentes à saúde, segurança e educação. Para ele, os problemas são resultado do desinteresse da administração municipal, sob Murilo Domingos (PR). As críticas foram feitas em plenário, durante um pronunciamento do democrata nesta quinta (10).
Jayme citou o aumento do índice de assinatos no município que, segundo ele, seria de um homicídio para cada 2,2 mil habitantes. O senador lembrou ainda dos problemas que o hospital e o pronto-socorro têm passado. "Embora o nosso Mato Grosso mostre números econômicos espetaculares, com uma vigorosa produção agrícola, Várzea Grande está se transformando num constrangedor bolsão de miséria", ressaltou.
A cidade tem enfrentado problemas para equilibrar o orçamento. O fato resultou, por exemplo, na greve dos médicos. A paralisação já dura mais de dois meses e não tem previsão de quando chegará ao fim. Além disso, o pronto-socorro sofre com a falta de vagas. A unidade tem capacidade de 150 leitos, mas cerca de 200 pacientes estão internados atualmente. Eles ocupam as enfermarias e até os corredores.
Enquanto na saúde o problema é falta de recursos, na educação a questão é a má-gestão do dinheiro público. Em 2010 a prefeitura chegou a gastar mais de R$ 59,6 mil na aquisição de carteiras escolares que acabaram não chegando até as salas de aula. O caso foi motivo, inclusive, de uma ação impetrada pelo Ministério Público requerendo o afastamento de Murilo.
Nesta quinta o vice-prefeito Tião da Zaeli (PR) assumiu as dificuldades que Várzea Grande enfrenta e chegou a falar em corte de funcionários para equilibrar as contas. De acordo com ele, seria necessário demitir pelo menos 10% dos servidores para que o município voltasse a ter receita suficiente para quitar as contas. Ele adiantou também que nos próximos dias a prefeitura deve passar por uma reestruturação. Pelo menos quatro secretarias serão remanejadas numa tentantiva de conter gastos.
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