Entre os 10% mais pobres, taxa subiu de 23,1% para 33,3% desde 2005.Tempo médio de procura por trabalho diminuiu.
Nos últimos cinco anos, desemprego aumentou entre mais pobres, diz Ipea
A forte criação de vagas formais e a queda da taxa de desemprego à mínima recorde de 5,3% em dezembro de 2010 não se refletiu em redução da desigualdade entre os desocupados nos últimos anos, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o levantamento, a taxa de desemprego entre os 10% da população com menor rendimento nas regiões metropolitanas passou de 23,1% em dezembro de 2005 para 33,3% no final do ano passado – uma alta de 44,2%. Já entre os 10% com maior renda, o desemprego, que já era de apenas 2,1%, recuou para 0,9% no mesmo período, numa queda de 57,1%.
Com isso, a taxa de desemprego dos mais pobres passou a ser 37 vezes superior à dos mais ricos no ano passado.
“Em função disso, o decréscimo no número de desempregados nas seis principais regiões metropolitanas do país foi acompanhado pela ampliação do peso relativo dos trabalhadores de menor rendimento. Entre 2005 e 2010, a quantidade de desempregados foi reduzida em 590 mil trabalhadores, sendo que a participação relativa dos 20% de maior rendimento diminuiu de 7,8% para 6,0% (queda de 23,1%)”, diz o Ipea em nota.
Tempo de procura por trabalho
De acordo com o Ipea, o tempo médio de procura por trabalho entre os 10% com renda menor caiu de 341,4 dias em 2005 para 248,3 dias em 2010. O movimento foi contrário entre os 10% de maior renda: o tempo médio de procura cresceu de 277 dias para 320,6 dias no mesmo período.
“O aumento do tempo de procura entre os desempregados de maior rendimento familiar per capita sugere que estes podem estar sendo mais seletivos em relação à aceitação de novos empregos. Por outro lado, a diminuição do tempo de procura entre os mais pobres também é indicativo de que estes acessam principalmente trabalhos precários e de curta duração, retornando rapidamente à condição de desemprego. Ou mesmo, a expressão direta da intensa rotatividade na ocupação de baixa renda”, avalia o instituto.
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