Após reunião com Dilma, setor elétrico não esclarece apagão
Após quase três horas de tensa reunião no gabinete da presidente Dilma Rousseff na noite desta terça-feira, em que ouviram cobranças duras a respeito do apagão de sexta-feira (4) no Nordeste, a cúpula do setor elétrico brasileiro saiu do encontro evitando qualquer tipo de relato da reunião.
Participaram da reunião, que tinha o objetivo de esclarecer a causa do apagão, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), os presidentes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), Dilton da Conti Oliveira, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Hermes Chipp, e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim.
Na saída do Palácio do Planalto, apenas Hubner e Conti Oliveira tiveram algum contato com a imprensa, mas se recusaram a responder perguntas. Visivelmente tensos, eles não responderam nem mesmo se a presidente havia determinado demissões na área. Hubner disse apenas que "o processo não está concluído".
Os dois disseram que o "trabalho continuaria ainda hoje" em reunião com o ministro Lobão. Dilton da Conti Oliveira, que voltaria amanhã (9) para Recife, onde está sediada a Chesf, afirmou que permanecerá em Brasília.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou ontem que o apagão foi causado por uma falha no cartão de proteção da subestação de Luiz Gonzaga, entre Pernambuco e Bahia. No entanto, o que provocou a falha ainda não foi esclarecido. Zimmermann descartou que a falha tenha relação com eventuais problemas de manutenção da subestação.
APAGÃO
Sete Estados do Nordeste foram atingidos pelo apagão: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
O problema começou às 23h08 (0h08 em Brasília) de quinta-feira (3), e o fornecimento só foi plenamente restabelecido às 3h30 de sexta, quando a energia voltou em João Pessoa (PB).
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