Senadora nega que mudança no Código Florestal aumente desastres
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) rebateu nesta terça-feira críticas de ONGs de que as mudanças propostas no Código Florestal, em tramitação no Congresso tenham ligação com desastres como os deslizamentos na serra fluminense.
No último dia 17, o Greenpeace afirmou que desmatamentos e ocupação de encostas, somados às chuvas cada vez mais intensas, são a "combinação perfeita" para tragédias como a da região serrana, no mês passado, ou a de Santa Catarina, em 2008.
Reportagem da Folha no último dia 16 afirma que o projeto do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que deverá ser votado no mês que vem no plenário da Câmara, aumenta o risco de desastres por não considerar encostas e topos de morro como áreas de preservação permanente -- portanto, vedadas à ocupação.
"Aconteceu uma tragédia no Rio de Janeiro e isso foi usado pelo Greenpeace e outras ONGs para atacar o Código Florestal Brasileiro. Isso é o máximo do desespero", disse Kátia, para quem as ONGs agiram com "desumanidade".
"Todas as tragédias deste ano e de anos anteriores foram em morros florestados, não desmatados", continuou a senadora, em entrevista coletiva na seda da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Ela estava acompanhada de Gustavo Curcio, pesquisador da Embrapa Florestas segundo o qual deslizamentos desse tipo (chamados pelos geólogos de "fluxos de massa") ocorrem independentemente de a encosta estar alterada ou não.
"Se você tem uma floresta totalmente intacta lá em cima e tira a base dela lá embaixo, o solo desce", afirmou. "Se você tiver uma altura de chuvas maior do que o solo [pode aguentar sem se liquefazer], ele migra. Se o evento [meteorológico] é monstro, não há solo ou evapotranspiração de floresta que dê conta de tirar a umidade."
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