Delegado descarta crime político; Eliane Soares, 44, ainda não foi localizada
Polícia aponta viciada como autora de furto na Câmara de Cuiabá
A Polícia Civil identificou uma mulher de 44 anos como a responsável pelo furto de dois HDs (discos rígidos que armazenam dados) da Câmara Municipal de Cuiabá, no dia 12 de janeiro. Eliane Soares Martins, técnica de informática, ainda não foi encontrada e, de acordo com o delegado Francisco Kunze Júnior, teria roubado os aparelhos para comprar entorpecentes.
Além desse crime, Eliane, que é natural de São Borge (RS), é a responsável pelo furto de HDs da Procuradoria do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), em Cuiabá, no dia 25 de janeiro. Em Santa Catarina, a mulher tem nove passagens pela Polícia desde 2002, pelos crimes de estelionato, furto e danos, sendo presa apenas uma vez.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (8), o delegado Kunze disse que identificação foi possível devido às filmagens do sistema interno da Câmara e também com a ajuda da Polícia Federal, que está investigando o caso do INSS.
Outro fato importante, conforme o delegado apurou, é que o modus operandi de Eliane é sempre o mesmo.
"São crimes da mesma natureza. Ela furta por volta do meio-dia, sempre em órgãos públicos, que, infelizmente, não têm uma segurança exemplar. Na Câmara, não foi diferente: ela encontrou as mesmas facilidades", afirmou. Na região Sul, Eliane praticou furto na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Apesar de ainda não ter sido encontrada pela Polícia Civil em Cuiabá, o delegado afirmou que, em depoimentos anteriores, a mulher sempre assumiu claramente os crimes, se dizendo viciada.
Acusação
O delegado Francisco Kunze tem até o próximo dia 12 para entregar o relatório final das investigações, em que pedirá a prisão de Eliane Soares Martins.
A respeito da suspeita de o crime ter caráter político, já que os HDs roubados continham informações funcionais e de remuneração dos servidores da Câmara Municipal de Cuiabá, Kunze descartou a possibilidade.
"Particularmente, não acredito no fato de ela ter vendido informações, mas mais detalhes só poderão ser esclarecidos quando ela prestar depoimento", disse o delegado.
Caso seja indiciada, Eliane poderá responder por furto, crime que o delegado apontou como "brando". A pena pode ser de um a quatro anos, além de multa.
Sindicância interna
Além da investigação criminal, em paralelo, servidores da Câmara inciaram uma sindicância interna para verificar possíveis facilidades na entrada da mulher.
Porém, devido às gravações do furto estarem com a Polícia Civil, o vereador Antônio Fernandes (PSDB) afirmou que as investigações estão paralisadas há dez dias.
O trabalho deve ser reiniciado assim que as fitas voltarem para a Câmara.
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