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Nacional
Sexta - 06 de Setembro de 2013 às 15:32
Por: Taiguara Rangel

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Um estudo realizado pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com base nos 26 municípios mais violentos da Paraíba constatou que 98% dos homicídios registrados têm como vítimas pessoas que cursaram até o ensino médio. Em números absolutos, a pesquisa orientada pelo professor e cientista político José Maria Nóbrega observou que 2.626 mortes no período de 2000 a 2010 foram de vítimas com baixa escolaridade, enquanto apenas 52 assassinatos foram de pessoas com mais de 12 anos de estudo.



O trabalho de conclusão do curso de Ciências Sociais, realizado pela estudante Duília Dalyana Ribeiro dos Santos, foi realizado com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do banco de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os pesquisadores ainda detectaram que homens de cor parda, entre 15 e 29 anos, estão no grupo de maior risco.


 
Foram compreendidos levantamento de mortes nas cidades de Alhandra, Araruna, Aroeiras, Bayeux, Belém, Caaporã, Cabedelo, Campina Grande, Catolé do Rocha, Conde, Esperança, Guarabira, João Pessoa, Lagoa Seca, Mamanguape, Patos, Pedras de Fogo, Princesa Isabel, Queimadas, Rio Tinto, Santa Luzia, Santa Rita, São Bento, Sapé, Soledade e Sousa. Estes 26 municípios, pouco mais de 10% dos 223 da Paraíba, concentram 83% dos homicídios de todo o estado.


 
"Os fenômenos analisados constituem o perfil das pessoas vitimadas na Paraíba e traçam as características dos homicídios no estado. Podemos observar que de 2000 a 2010, numa série ininterrupta, ascendem em números absolutos e em taxas a incidência de homicídios em pessoas de cor da pele parda, com menos de 12 anos de escolaridade, de jovens entre 15 e 29 anos de idade, majoritariamente do sexo masculino", assinala a estudante. "A relação entre nível de escolaridade e números absolutos de homicídios é alta. Então, quanto menos anos de escolaridade, maior a probabilidade de vitimização por homicídio".


 
Em Bayeux, foram 244 pessoas assassinadas com menos de 12 anos de escolaridade entre 2000 e 2010 e apenas duas com mais de 12 anos de escolaridade. Em Cabedelo, as chances de uma pessoa ser vitimada com nível de escolaridade baixa também é bem maior. Foram 73 pessoas assassinadas durante a referida década, nenhuma delas com alta escolaridade.


 
Em Campina Grande foram 589 homicídios no período, sendo 572 dessas vítimas (97% delas) abaixo dos 12 anos de estudo. Em João Pessoa, os dados seguiram a mesma tendência. Dos 841 assassinatos no período, 818 vitimaram pessoas com baixa escolaridade, um percentual de 97,5% das mortes.


 
"O que nos leva a concluir com a análise dos dados que o nível de escolaridade importa muito. Em relação às políticas públicas, os governos municipais teriam papel fundamental em fornecer políticas educacionais integradoras, principalmente para os jovens que são os mais vitimados por faixa etária, levando assim, e como sugere a nossa análise, a uma diminuição dos homicídios. Já que a relação entre níveis baixos de escolaridade e vitimização por homicídios é muito alta", afirma o estudo.




Fonte: Do G1 PB

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