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Internacional
Terça - 08 de Fevereiro de 2011 às 12:45

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Hina Saleem foi morta em 2006 na região nordeste da Itália. A imigrante paquistanesa teve a garganta cortada e o corpo foi enterrado no jardim de sua casa.

O autor do crime: seu pai, Mohammed Saleem, que achava a filha ocidentalizada demais.

Ele foi condenado a 30 anos de prisão e agora deu uma entrevista à BBC, falando sobre o crime.

Na prisão, Mohammed contou que não queria matar sua filha, queria apenas que ela voltasse para casa.

Hina tinha 21 anos quando foi morta. Ela se recusou a casar com o noivo escolhido pela família, morava com o namorado italiano e fumava. O pai diz que ela envergonhou a família.

"Sou um bom pai, e ela era uma boa filha antes. Mas, de repente, ela mudou", disse Mohammed.

Ele conta ainda que não queria uma vida ocidentalizada para Hina.

"Não queria minha filha livre demais, tomando drogas nas ruas. Não queria que isso tivesse acontecido."

A história de Hina se transformou em um livro, do autor italiano Marco Ventura. Um livro que conta que a morte dela não se restringe apenas às diferenças entre o ocidente e os muçulmanos.

Segundo Ventura, o problema da segunda geração de paquistaneses é apenas tentar ser adolescentes italianos normais.

"Nesta historia existe um conflito duplo - um conflito entre culturas e um conflito entre gerações, entre pai e filha", afirmou.

A morte de Hina Saleem foi uma entre os cerca de 5 mil assassinatos chamados de mortes por honra - quando um membro da família mata outro. Estas mortes ocorrem no mundo todo, segundo estimativa da ONU

Na prisão, Mohammed Saleem se arrepende do crime que cometeu, mas ainda acredita que sua filha envergonhou a família.






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