A Polícia Federal (PF) fará a proteção dos juízes de Mato Grosso do Sul ameaçados de morte pelo bombeiro Ales Marques, preso por tráfico internacional de drogas e armas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta segunda-feira que vai visitar o Estado assim que a PF "tomar as providências necessárias" para garantir a segurança dos magistrados.
"Determinamos à Polícia Federal que dê segurança aos magistrados que estão sendo ameaçados. Isso é fundamental, pois os magistrados têm de ter a segurança necessária para exercer as suas funções. Iremos a Mato Grosso do Sul conversar com o corpo de magistrados para dar, dentro das condições que temos, a maior segurança possível", disse o ministro.
Cardozo se reuniu com o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, na tarde desta segunda-feira. Além de pedir proteção aos magistrados, Wedy também solicitou a transferência do preso, que está detido no Presídio Militar de Campo Grande, para uma penitenciária federal de segurança máxima.
Segundo o ministro da Justiça, o pedido de transferência será avaliado com rapidez. "Vamos providenciar a solicitação, isso deve ser apreciado pela própria magistratura. Mas o que depender do Ministério da Justiça, nós vamos tomar as medidas necessárias para a transferência do acusado e proteção dos magistrados", afirmou.
As investigações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) apontaram que o bombeiro Ales Marques, mesmo preso, arquitetava morte de juízes federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Mesmo sob custódia, ele usaria celulares livremente.
A PGR também apurou a existência de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande. O presidente da Ajufe afirmou que vai acionar o governo do Estado juntamente com o Ministério da Justiça. "Estamos preocupados, mas por outro lado confortados pela garantia que nos foi dada pelo ministro da Justiça".
Ales Marques foi preso em flagrante em julho de 2010 e teve a prisão preventiva decretada em outubro. O Ministério Público Federal denunciou 18 pessoas da quadrilha, inclusive a ex-mulher e os filhos do militar, que também estão presos. Foram apreendidos cerca de 80 kg de cocaína com a organização criminosa.
A quadrilha atuava para abastecer o mercado de drogas de São Paulo, do Paraná e Rio Grande do Sul. A droga vinha do Paraguai e ingressava no Brasil pela fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã.
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