Cadeirante agredido teve "conduta repugnante", diz delegado
O delegado da Polícia Civil Damasio Marino justificou sua agressão contra o advogado cadeirante Anatole Morandini afirmando que não pôde "suportar" a suposta cusparada que levou do deficiente físico.
Ele acusou a vítima de "conduta repugnante". A agressão ocorreu em meio a uma briga por vaga de estacionamento para deficientes no dia 17 de janeiro, em São José dos Campos (91 km de SP). O delegado falou sobre o caso em entrevista ao "Jornal da Record" desta segunda-feira (7).
"Eu não pude suportar. Eu perdi o senso, desci do carro. No ato contínuo, eu desferi pelo menos dois tapas no cidadão. Ninguém sai em sã consciência batendo em pessoas na rua, muito menos em cadeirante, muito menos um delegado de polícia. Se aconteceu, foi porque houve um motivo e ele desencadeou esse motivo. Ele desencadeou por uma conduta absolutamente reprovável, repugnante", afirmou o delegado à TV.
Marino negou ter usado sua arma para agredir o advogado: "Em hipótese alguma". Questionado sobre testemunhas terem visto a agressão, o delegado afirmou que são "testemunhas dele [o cadeirante]".
O delegado, que está afastado da função, virou réu no processo em que é acusado de crimes de injúria, ameaça e lesão corporal dolosa, todos agravados por abuso de autoridade e violação de dever inerente ao cargo.
Um exame de corpo de delito mostrou que Morandini teve lesões na cabeça e no rosto provocadas por um "objeto contundente". O cadeirante disse que cuspiu no delegado porque foi vítima de preconceito.
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