Governo da Indonésia investiga ataque contra minoria religiosa
A imprensa indonésia divulgou nesta segunda-feira um vídeo com imagens fortes, que mostram como membros de um movimento religioso minoritário são linchados por uma multidão de muçulmanos sem que a polícia intervenha.
As imagens foram filmadas no domingo em um povoado no oeste de Java, onde mais de 1.000 pessoas, armadas com machados e pedaços de pau, atenderam à convocação de organizações islâmicas para impedir uma reunião da seita Ahmadiyah em uma casa particular. Três membros do movimento religioso morreram, segundo a polícia.
Trechos do vídeo, filmado por membros da Ahmadiyah, mostram vários homens enfurecidos gritando "Allahu Akbar" (Deus é grande) e "kafir" ( infiel), lançando pedras contra os corpos de duas das vítimas, parcialmente nuas.
Autoridades disseram que estão investigando o ataque, que deixou ao menos três mortos.
O presidente Susilo Bambang Yudhoyono pediu por ações contra os responsáveis. "Quero que os aplicadores da lei sejam profissionais e firmes ao prevenir violência e que tomem medidas contra os responsáveis [pelo ataque]", afirmou.
As emissoras de TV locais mostraram repetidamente nesta segunda-feira trechos do vídeo, que parecem mostrar dois policiais tentando, sem sucesso, interromper o ataque da multidão antes de deixar o local.
"A polícia tentou [parar a violência], mas houve um equilíbrio entre o pessoal da polícia e a massa", afirmou o porta-voz nacional da polícia, Boy Rafli Amar.
O Ahmadiyah, movimento pacifista, conta com 500 mil fiéis na Indonésia, onde mais de 80% da população é muçulmana.
Eles acreditam que Maomé não foi o último profeta do islã e dizem que Mirza Ghulam Ahmad, que fundou a seita na Índia no século 19, foi um sucessor e messias.
Um decreto do governo, adotado em 2008 devido à pressão de movimentos islâmicos, proíbe o Ahmadiyah de propagar sua fé.
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