Governo vai usar BNDES no combate à miséria
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vai fazer parte da estratégia do governo para erradicar a miséria.
Representantes do BNDES já tiveram um primeiro encontro com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, para discutir a participação do banco.
Um dos pontos já definidos é que o BNDES vai reforçar sua atuação junto a arranjos produtivos locais (grupos de empresas em um mesmo território, geralmente no formato de cooperativas ou associações).
A erradicação da miséria no país nos próximos quatro anos foi a principal promessa do discurso de posse da presidente Dilma Rousseff.
O presidente do banco, Luciano Coutinho, determinou que o tema seja discutido de forma integrada entre áreas como infraestrutura, indústria e social.
Segundo Cristina Lemos, assessora da presidência, o BNDES deve investir mais em parcerias com governos locais e agentes financeiros para driblar o fato de não contar com uma rede própria de agências.
O banco patrocinou um estudo feito por 22 universidades que mapeou mil arranjos produtivos locais que já receberam algum tipo de apoio.
No apoio para arranjos produtivos de baixa renda foram selecionados até janeiro 299 projetos em editais de sete Estados (Ceará, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe e Alagoas).
O banco entrará com R$ 40,5 milhões (não reembolsáveis), o mesmo valor de apoio dos Estados. Os arranjos produtivos selecionados têm dois anos para cumprir metas e são acompanhados pelo governo do Estado. O banco quer estender esse modelo para outras regiões do país.
Apesar do perfil mais reconhecido de atuação de cooperativas nas áreas de calçado e confecção, Cristiane Garcez, assessora da presidência do banco, afirma que já foram detectados casos de arranjos produtivos que lidam com agricultura, serviços (turismo) e cultura, até mesmo em festas religiosas, como por exemplo a do Círio de Nazaré, em Belém.
O banco pretende ainda incentivar mecanismos de estímulo para compras de insumos nas próprias cidades.
Comentários