Bancos esperam que juros cheguem a 12,25% até abril
As instituições financeiras estimam que a taxa básica de juros (Selic) deve subir, pelo menos, mais um ponto percentual e fechar 2011 em 12,25% ao ano, segundo pesquisa divulgada hoje (3) pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A expectativa dos 33 analistas ouvidos pela Febraban é que haja um aumento de 0,5 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em março, e outro aumento igual na reunião seguinte, em abril. A Selic está fixada em 11,25%.
Apesar da previsão de aumento dos juros, o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, acredita que o custo do crédito ao consumidor pode cair caso o governo federal faça um ajuste fiscal. Essas medidas evitariam, na avaliação do economista, interferências do Banco Central na economia para combater a inflação.
No fim do ano passado, o Banco Central elevou os depósitos compulsórios e retirou de circulação R$ 61 bilhões, diminuindo a quantidade de recursos disponível para empréstimos. Para 61% dos analistas que participaram do estudo da Febraban, ainda não foi possível saber o impacto da elevação dos depósitos compulsórios nos preços e no mercado de crédito.
De acordo com Sardenberg, as ações do governo para controlar as despesas também determinarão como será o comportamento da inflação nos próximos meses. Essa também foi a opinião de metade dos analistas ouvidos na pesquisa da federação.
O economista ressaltou que o cenário internacional deve pressionar os preços no mercado interno, refletindo a elevação dos preços das commodities (produtos básicos cotados internacionalmente) e a recuperação das economias da Europa e dos Estados Unidos. Segundo a pesquisa da Febraban, a expectativa é que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 5,5% em 2011, acima da previsão feita em dezembro, de 5,2%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o setor financeiro espera crescimento de 4,6% em 2011 e 4,5% em 2012. Para o câmbio, a previsão é que, em dezembro, o preço do dólar chegue a R$ 1,75. Hoje (3), o dólar comercial fechou em R$ 1,67.
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