Silval aproveita solenidade para tentar definir o convite a Fraga
O impasse sobre a situação do DEM em relação ao governo Silval Barbosa (PMDB), que já se estende por mais de um mês, ainda não teve um ponto final. Em dezembro, o governador convidou o deputado democrata José Domingos Fraga para comandar a secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), mas a discussão foi parar nas mãos da cúpula do partido. O peemedebista tentou resolver a indefinição antes do parlamentar ser empossado para um novo mandato, nesta terça, 1º de fevereiro, convidando-o para uma conversa na tarde desta segunda (31).
Como Fraga estava viajando e só retornou de viagem para a cerimônia de posse, o encontro não aconteceu e o convite permanece em aberto. Ao encontrá-lo na Assembleia, Silval aproveitou a oportunidade para resolver de uma vez por todas o conflito. Chamou o democrata num canto e o convidou para uma conversa nesta terça.
“Se fosse pela minha vontade, já teria resolvido”, desabafou Fraga. Ele esclarece, no entanto, que deixou a incumbência nas mão de seu partido. Na última sexta (29), o presidente do diretório estadual do DEM, Oscar Ribeiro, entregou uma carta ao governador com as ressalvas do partido para aceitar o cargo e passar a integrar, oficialmente, a ala governista.
O impasse vem se arrastando porque o ex-deputado Dilceu Dal Bosco (DEM) pediu cautela à cúpula antes de mudar de posição de novo. Por mais de seis anos, os democratas apoiaram o governo Blairo Maggi (PR), que tinha Silval como vice. No entanto, fizeram forte oposição à reeleiação dos peemedebistas nas últimas eleições.
A situação não deixou o partido em condições de brigar por cargos no staff de Silval, mas por ser a sigla com maior número de filiados no Estado, mais de 53 mil, o governador tentou cooptar o partido para sua base de apoio. O convite, contudo, restringe-se apenas ao cargo de secretário, vetando ao partido as decisões sobre a equipe que integrará a secretaria. A proposta não agaradou à cúpula, que além de exigir mais autonomia, quer deixar claro o espaço que seus prefeitos terão nas eleições de 2012. Ao todo, 22 democratas devem disputar a reeleição.
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