Quatro militares condenados pelo magistrados por corrupção; esquema teria sido montado dentro de prisão
Juiz é ameaçado de morte; PMs presos são suspeitos
Um juiz do Fórum de Várzea Grande foi ameaçado de morte e obrigado a sair de sua residência, após vizinhos perceberem a presença de motoqueiros rondando o local, nas últimas semanas. O nome do magistrado está sendo preservado para a sua própria segurança. Ele estaria escondido em Cuiabá.
A denúncia foi feita durante a posse do juiz Agamenon Alcântara Moreno Júnior na presidência da Associação dos Magistrados de Mato Grosso (Amam), na segunda feira (31) pela manhã.
A suspeita é de que quatro policiais militares condenados pelo juiz por corrupção tenham feito as ameaças de dentro do presídio militar de Santo Antônio do Leverger (30 km ao Sul de Cuiabá). Na unidade, estão policiais condenados ou que aguardam julgamento.
Além de o magistrado ter decretado a prisão dos policiais, estes perderam sua função pública, o que pode ter levado às intimidações.
Em entrevista ao MidiaNews, o presidente Amam), Agamenon Junior, afirmou que, em nome da instituição, tomará todas as providências necessárias para garantir a segurança do juiz ameaçado, em paralelo com as investigações da Polícia Civil.
De acordo com magistrado, ontem, após ser informada sobre o caso, a associação pediu à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) escolta policial ao juiz ameaçado.
Por meio de assessoria, a pasta informou que ainda não chegou nenhum documento oficial requerido pela Amam. Apesar disso, o secretário Diógenes Curado Filho adiantou que não haverá problema algum, já que o Tribunal de Justiça tem a guarda da Polícia Militar.
"A Amam vai garantir a melhor investigação possível, mesmo porque atinge todo mundo, já que, a partir do instante em que um juiz é ameaçado de morte, isso pode abrir precedente para ocorrer com qualquer outro", afirmou Agamenon Júniort.
Em evento de posse da nova presidência da Amam, realizado ontem à noite, o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nélson Calandra, cobrou proteção do juiz e punição dos responsáveis pelas ameaças.
"São atos covardes, não têm condição de prosperar e nós vamos procurar descobrir quem está nos ameaçando e punir essas pessoas", afirmou Calandra.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Silvério, em entrevista à TV Centro América (Globo/4), disse que as ameaças ao juiz são "um atentado contra a democracia, contra a própria sociedade".
O Comando da Polícia Militar será o responsável pelas investigações do caso.
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