Ricos gastam 14 vezes mais em material escolar que pobres
Os ricos gastam 14 vezes mais em livros e materiais escolares do que às classes de menor renda. Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pesquisa do Instituto Data Popular mostra que a média de gastos nas classes mais altas, A e B, atinge R$ 1.099,84 por aluno - contra R$ 75,80 das classes D e E.
A diferença elevada entre os gastos está relacionada aos preços mais altos pagos pelos livros didáticos, a preferência por produtos exclusivos e de marcas e à falta de costume ou interesse dos ricos de pesquisar preços e pagar menos pelos materiais escolares, segundo explicou o Instituto Data Popular.
O estudo também revelou que o consumo de materiais escolares no País cresce 7,41% e deverá chegar a R$ 12,74 bilhões este ano. Com perspectiva de gastar R$ 5,29 bilhões nas compras escolares, a classe média superará as classes A e B – com R$ 5,18 bilhões – e as D e E - que deverão somar R$ 2,27 bilhões - em gastos.
A liderança da classe C que representa 41,67% do consumo será mantida, segundo Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. “Cada vez mais o brasileiro está reconhecendo que educação é um investimento e deve ser valorizada. A classe média teve seu poder de compra aumentado ao longo dos anos, o que a torna mais suscetível ao consumo”, diz Meirelles. “Além disso, as classes com poder aquisitivo mais alto estão envelhecendo e saindo da parcela consumidora de material escolar”, afirma.
Outra questão abordada pelo estudo é a presença das classes A e B nas compras coletivas - cerca de 10%. “A internet foi um grande facilitador para que as classes altas entrassem no mundo das compras coletivas, entretanto, não deverá ser uma tendência já que seus integrantes priorizam o consumo exclusivo”, diz Meirelles.
Cientes da vantagem das compras compartilhadas, as classes com menor renda buscam descontos e melhores opções para negociar. Segundo o estudo, a prática destas compras é mais frequente entre as classe D (com 23% de participação) e C (16%). “Compra coletiva é costume das classes mais pobres e certamente continuará sendo tendência porque apresenta muitas vantagens”, afirma o diretor.
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