Polícia prende 8º suspeito de matar prefeito de Jandira (SP)
A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira mais um suspeito de envolvimento na morte do prefeito de Jandira, Walderi Braz Paschoalin (PSDB). Segundo os investigadores, o advogado e ex-secretário de Governo Sérgio Paraíso era o segundo mandante do crime.
O inquérito concluiu que foi Paraíso, juntamente com o ex-secretário de Habitação Wanderley de Aquino, quem arquitetou a morte do prefeito. A motivação, seria disputa por poder no município e por propinas pagas à prefeitura.
De acordo com o delegado que preside as investigações, Zacarias Tadros, o advogado estava insatisfeito com sua demissão, ocorrida em agosto de 2009, e por ter sido retirado do esquema de corrupção articulado pelo prefeito.
Após ser demitido, ele começou a planejar a morte de Paschoalin com a ajuda do amigo Aquino. O suspeito nega as acusações (leia ao lado).
Com a detenção de Paraíso, chega a oito o número de suspeitos detidos pelo assassinato de Paschoalin, morto em 10 de dezembro do ano passado quando chegava a uma rádio local.
A Justiça decretou também a prisão de Anderson Muniz, conhecido como Ganso. Ele foi funcionário público e candidato a vereador pelo PR derrotado nas eleições passadas. Para a polícia, Muniz ajudou na execução do crime. Até a conclusão desta edição, o suspeito não tinha sido preso.
Além de Muniz, o ex-policial militar Ronaldo da Silva Lobo, também está foragido. Ele é apontado como a pessoa que obteve as armas usadas no assassinato.
OUTRO LADO
O advogado Sérgio Paraíso afirmou que não tem nenhuma relação com o crime.
"Ele era como um pai para mim. Deixei a prefeitura porque o prefeito montou um esquema de corrupção lá e eu era contra isso", disse ele ao chegar na delegacia na condição de testemunha do inquérito no começo da tarde de hoje.
Ao sair, preso e algemado no fim da tarde, reafirmou que era inocente. "Da hora que eu cheguei [na delegacia] para agora a única diferença é que eu tive a prisão temporária decretada. Não tinha motivo para matar o prefeito", afirmou.
Como tem curso superior, Paraíso seria levado para uma cela especial pelo período de 30 dias, prazo determinado pela Justiça.
A reportagem não localizou o suspeito Anderson Muniz ou seu advogado.
O advogado Mauro Otávio Nacif, que defende o ex-secretário de Habitação Wanderley de Aquino, não foi localizado pela reportagem nem retornou os recados deixados em seu telefone celular. Em outras ocasiões, ele disse que a investigação da polícia é fantasiosas e que Aquino não planejou a morte do prefeito.
O CRIME
Paschoalin foi morto com 13 tiros no dia 10 de dezembro, quando chegava à rádio Astral FM para participar do programa semanal "Bom Dia, Prefeito". Era perto das 8h quando dois homens dispararam uma rajada de tiros de fuzil e submetralhadora no carro em que ele estava.
O motorista e segurança do prefeito também foi atingido e foi internado em estado grave.
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