Acusado de matar miss no RS passa por avaliação psiquiátrica
A 1ª Vara Criminal de Caxias do Sul (131 km de Porto Alegre) determinou internação para avaliar a saúde mental de Eduardo Farenzena, 24, acusado pelo assassinato, no fim de novembro de 2010, de Caren Brum Paim, 22, representante gaúcha no concurso Miss Itália Del Mondo.
O juiz Emerson Jardim Kaminski aceitou o pedido do Ministério Público de internação compulsória no IPF (Instituto de Psiquiatria Forense, em Porto Alegre) para determinar se Farenzena tem problemas psiquiátricos e se é imputável (ou seja, se pode ser responsabilizado criminalmente).
No pedido, a promotora Silvia Regina Becker Pinto afirma que, segundo a defesa, Farenzena já era dependente de drogas antes do crime, faz tratamentos contra o vício e apresenta quadro de depressão que poderia levá-lo ao suicídio. No entanto, Becker diz que a defesa nunca pediu exame de sanidade mental.
"A depender da defesa, a situação está bastante cômoda: nem a prisão preventiva nem o diagnóstico oficial e a comprovação efetiva de tratamento eficaz. Não há nos autos uma única voz oficial que diga se ele era inimputável ao tempo do fato", afirma a promotora nos autos.
A Justiça determinou ainda que Farenzena espere na Penitenciária Industrial de Caxias do Sul por uma vaga no IPF. O advogado do jovem, Rafael de Andrade Soto, afirma que não se opõe à internação para avaliar a saúde mental de seu cliente, mas discorda que ele espere na prisão.
Segundo Soto, a previsão é que a vaga no IPF seja disponibilizada já neste sábado (29), mas, se o rapaz continuar na penitenciária até a próxima segunda-feira, Soto pretende pedir habeas corpus.
O juiz Kaminski já havia negado no último dia 12 um pedido de prisão preventiva do jovem, pois havia outro pedido idêntico negado em primeira instância que aguardava decisão do Tribunal de Justiça, em segunda instância.
"O que eu acho absurdo é que foi o mesmo juiz que determinou que ele aguarde na penitenciária pela vaga", afirma Soto.
Segundo o advogado, Eduardo esteve internado neste mês no Hospital Sanatório Parque Belém até o dia 12, de onde foi para o Centro de Apoio Psicossocial de Caxias do Sul, para continuar o tratamento.
CRIME
Segundo a promotoria, o crime ocorreu na noite de 30 de novembro, na casa de Farenzena, no bairro Desvio Rizzo. A denúncia (acusação formal) diz que o jovem já havia tido um relacionamento conturbado com Caren, e que a estrangulou com uma gravata, após ela afirmar que não reataria o namoro.
O corpo da modelo foi encontrado pela polícia no dia 1º de dezembro, enrolado num cobertor, na zona rural de Caxias do Sul. A mãe de Farenzena é acusada de ajudar na ocultação do cadáver.
O jovem responde por homicídio triplamente qualificado --por motivo torpe, pela insatisfação com o término do namoro com a vítima; morte por asfixia; e recurso que impossibilitou a defesa, pela diferença de força entre os dois.
Comentários