Ele disse que policiais à paisana o detiveram mesmo depois de ter se identificado como repórter.
"Quando me prenderam, começaram a me bater com barras de aço, do tipo que se usa aqui para abater animais", afirmou.
O repórter, que sofreu ferimentos na cabeça, disse ainda ter sido alvo de pancadas com cassetetes elétricos.
"Um grande número de jornalistas estrangeiros estava lá e todos foram levados em boleias de caminhão."
Ele disse ainda que a polícia foi "muito, muito brutal".
O ataque aconteceu, segundo El Sawey por volta das 13h (9h, em Brasília), logo após as orações tradicionais de sexta-feira.
Ele afirmou que estava na Praça Ramsés, uma das maiores do centro do Cairo, quando o protesto começou a ficar violento.
Mesmo mantendo-se longe dos confrontos, "a cerca de 300 metros", o repórter foi abordado pela polícia secreta.
"Eles estavam obviamente atrás de jornalistas", afirmou o repórter, que teve uma máquina fotográfica confiscada.
El Sawey afirmou que "teve sorte" de ter conseguido escapar, porque identificou um oficial de patente mais alta e lhe disse que precisava de tratamento.
"Disse que estava sangrando e que iria desmaiar. Primeiro queriam me levar a um hospital do governo, famoso por permitir que a polícia recolha pacientes após o tratamento."
O jornalista teria se recusado e afirmado que então seria melhor levá-lo na viatura para "deixá-lo sangrar e morrer"
Pelo menos nove pessoas morreram e até mil foram presas desde o início dos protestos, na terça-feira.
As manifestações no Egito foram inspiradas pelos protestos populares na Tunísia que levaram à derrubada do presidente Zine Al-Abidine Ben Ali, há duas semanas.
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