Supermercado é acusado de constranger criança por racismo
A família de uma criança de dez anos acusa o supermercado Extra de constranger o menino por racismo no último dia 13. Ele foi obrigado a tirar a roupa para provar que não tinha roubado produtos do mercado, na zona leste de São Paulo.
Segundo reportagem veiculada no "Jornal Hoje", da rede Globo, o menino tinha comprado salgadinhos, biscoito e refrigerante --compra registrada em nota fiscal. Quando saía do mercado, foi abordado por um segurança e levado para um sala com outros três vigilantes, que suspeitaram que ele tivesse furtado produtos da loja.
Na sala também estariam outros dois adolescentes, segundo relato do menino à polícia.
Ele disse que foi obrigado a abaixar a bermuda e tirar a camiseta várias vezes. Afirmou ainda que tentou mostrar a nota fiscal aos seguranças, mas não adiantou. O pai do menino diz que os seguranças chamaram o filho de "negrinho sujo, negrinho fedido".
A criança conta ainda que um dos seguranças tinha um papelão enrolado, usado como bastão, e que o segurança dizia que "é bom para bater". Também diz que o ameaçaram com um canivete.
O pai do garoto procurou a polícia depois que ele chegou em casa chorando e contou o que tinha acontecido. Ele afirma que foi ao mercado, e que os seguranças confirmaram que abordaram o garoto porque acreditaram que ele estava com os outros dois adolescentes suspeitos de furto.
O caso foi registrado no 10º Distrito Policial (Penha) e é investigado como constrangimento ilegal.
Procurado pela Folha, o Extra informou em nota que "repudia qualquer ato discriminatório e informa que suas ações são sempre pautadas no respeito à integridade e aos direitos humanos e promove contínuo treinamento dos seus colaboradores para o cumprimento das Leis e do Código de Ética do Grupo".
A empresa informou que colabora e aguarda a investigação sobre o caso.
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