Pagot indignado com dono da Conspavi
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, reagiu à denúncia do empreiteiro responsável pelas obras do Rodoanel, alvo de suspeita de desvio de recursos. "São afirmações inverídicas de um empreiteiro sem credibilidade, que terá que responder nos tribunais por suas declarações. O Dnit não medirá esforços para apurar a responsabilidade pelos malfeitos, doa a quem doer", afirmou Pagot, por meio de assessoria de imprensa.
Em entrevista concedida ontem ao site Mídia News, o empresário Luis Francisco Félix, o "Caxito", acusou o diretor-geral do Dnit e o superintendente da autarquia em Mato Grosso, Nilton de Britto, de arquitetarem um "esquema" contra a sua construtora, a Conspavi Pavimentação Ltda., responsável pelas obras do Rodoanel. Segundo ele, Pagot e Britto querem cancelar o contrato com a Conspavi e repassá-las a uma empreiteira "do esquema" do Dnit.
A declaração do empresário ocorreu após vir a público a notícia de que uma análise superficial da prestação de contas encaminhada pela prefeitura de Cuiabá ao Dnit indicou irregularidades nas obras do Rodoanel Contorno Norte-Sul - uma avenida que contornará a Capital por fora da área urbana, num total de 39 quilômetros. De uma previsão de R$ 42 milhões, o Dnit repassou R$ 19 milhões à prefeitura. A suspeita é de que o montante não foi aplicado nas obras, embora tenha sido pago à empresa Conspavi. O volume do suposto “rombo” ainda não foi contabilizado.
Relatório Técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que está previsto para ser concluído na próxima semana apontará a necessidade ou não de intervenção da Polícia Federal nas investigações sobre a suposta fraude. Nilton de Britto esteve ontem em Brasília encaminhado os documentos para Luiz Antônio Pagot decidir de que forma irá proceder com as possíveis irregularidades. Dos 29 km previstos, apenas dez foram pavimentados.
Conforme disse o dono da Conspavi ao site de notícias, há dois anos, ele foi chamado pelo próprio Pagot, em seu gabinete no Dnit para conversar sobre a liberação de recursos para o Rodoanel. “Na ocasião, ele pediu para eu pagar uma dívida de R$ 600 mil de seu irmão, José Carlos Pagot, em algumas factorings de Cuiabá. É óbvio que eu não aceitei. Aliás, nunca aceitei entrar em esquemas", afirmou o empresário ao Mídia News, que assegurou que o próprio Dnit pode confirmar o registro da audiência.
Luis Francisco Félix disse ainda estar "absolutamente" tranquilo em relação às medições e que cumpriu sua obrigação de executar a obra respeitando o contrato e as normas técnicas. O empresário não atendeu às ligações da reportagem para comentar sobre o assunto.
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