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Agronegócios
Quarta - 26 de Janeiro de 2011 às 09:37
Por: Marcondes Maciel

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Em pleno período de colheita, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado) constata um problema que poderá levar a ferrugem asiática da soja a se alastrar por muitas lavouras: a falta de cuidado do produtor em relação ao tratamento e combate à doença. Com isso, a ferrugem já começa a provocar estragos em várias regiões. Quatro casos já foram confirmados e há suspeita de outros focos no Estado. O Consórcio Antiferrugem está acompanhando a situação e fazendo a coleta de amostras de folha para os laboratórios. Em algumas regiões, como Campos de Júlio (553 Km a Noroeste de Cuiabá), as perdas chegam a 10%.

Segundo a Fundação de Pesquisa de Mato Grosso (Fundação MT), o grande volume de chuvas registrados nos últimos dias em Mato Grosso tem sido propício para proliferação da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que ataca as plantas da soja. “Para que isso não ocorra, produtor e equipe tem que aumentar o monitoramento da lavoura”, recomendam os pesquisadores.

De acordo com a Aprosoja, muitos produtores estão negligenciando na aplicação do fungicida. Nas regiões Oeste e Noroeste do Estado, os sindicatos rurais têm acompanhado e confirmam negligência por parte do produtor. “Ao colher sem fazer a aplicação do fungicida, o produtor poderá jogar inócuo para a sua lavoura e para a do seu vizinho. A verdade é que os produtores não querem fazer mais do que uma aplicação [de fungicida] e, com isso, colocam em risco outras lavouras”, alerta o presidente do Sindicato Rural de Campos de Júlio (553 Km a noroeste de Cuiabá), Ademir Rostirolla.

Ele conta que focos de ferrugem já foram detectados em lugares que foram negligenciados pelos produtores. “Com o clima adverso, já temos um quadro que causa preocupação. As pessoas estavam pensando, pelo clima seco, que estaria livre da ferrugem, e não fizeram nenhuma aplicação das três aplicações previstas. Com certeza, isso vai gerar um prejuízo para o Estado. Só na semana passada já tivemos alguns casos confirmados”. Em Campos de Júlio, foram plantados nesta safra cerca de 200 mil hectares.

MONITORAMENTO

De acordo com Fabiano Siqueri, pesquisador da Fundação MT, a atenção do produtor tem que ser redobrada já que quatro focos oficialmente da doença foram confirmados e vários outros extraoficiais foram registrados em Mato Grosso. “Recomendo a intensificação do monitoramento, com amostragens em menores intervalos da lavoura. Não se pode descuidar. Por tanto, é importante que as aplicações previamente planejadas sejam feitas, sem atrasos”, aconselha o pesquisador.

Siqueri ressalta que mesmo que a ferrugem nesta safra tenha demorado a chegar, a atenção tem que ser redobrada após o registro dos primeiros focos, “pois a ferrugem é uma doença muito explosiva. Nas regiões onde a ferrugem já apareceu, as janelas de aplicações podem ser menores”, disse.

O primeiro foco da ferrugem em Mato Grosso desta safra foi detectado no dia 12 de janeiro numa lavoura comercial localizada em Sorriso (região médio norte de MT). O longo período de estiagem e o cumprimento do Vazio Sanitário são apontados como fatores para o retardamento do surgimento da doença nas lavouras de soja no estado. “Realmente a ferrugem nesta safra ocorreu dois meses mais tarde que na safra anterior. Mas isso não pode levar o produtor a relaxar. Ela está aí e os cuidados tem que acontecer dia após dia. O monitoramento aliado a aplicações na hora certa pode evitar que a doença se alastre”.






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