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Economia
Terça - 25 de Janeiro de 2011 às 18:48

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A economia do Reino Unido encolheu no último trimestre do ano passado e reforçou o medo de que o país possa voltar à recessão.

O PIB, conjunto de riqueza do país, ficou 0,5% menor.

Foi muito pior que o projetado até pelos mais pessimistas, que apostavam numa redução no ritmo de crescimento, não numa contração.

A última vez em que a economia recuou foi no terceiro trimestre de 2009. A partir de então, os efeitos da crise financeira mundial começaram a diminuir.

O principal culpado foi o mau tempo. Os britânicos tiveram o dezembro mais frio dos últimos cem anos.

Com média de -1ºC, as pessoas ficaram mais em casa, suspenderam compras e principalmente o uso de serviços: foram menos a restaurantes, cabeleireiros. Também a construção civil foi muito afetada.

O governo, que está sob críticas de adotar uma política de cortes de gastos muito agressiva, logo se agarrou ao termômetro para dizer que não é o fim do mundo.

É uma notícia ruim, claro. Mas não podemos esquecer que foi um dezembro muito frio. Muitos negócios tiveram de fechar por causa do clima, disse George Osborne, ministro da Fazenda.

Osborne afirma que não mexerá no programa de cortes. Não vamos mudar a política fiscal que nos deu credibilidade internacional por causa de um mês gelado. Isso jogaria o país de volta na crise financeira.

O governo ressalta ainda que setores menos afetados pelo tempo, como o de manufaturas, foram bem --cresceu 1,4%.

Não convence alguns economistas, que acreditam que a situação tende a piorar. "Ainda não sentimos as grandes consequências dos cortes públicos, nem do aumento do VAT (imposto sobre o consumo), que subiu de 17,5% para 20% neste mês", afirma Iain Begg, professor da London School of Economics.

ESTAGFLAÇÃO

O problema é agravado porque o país convive com uma série de indicadores ruins. A inflação subiu para 3,7% em dezembro, quase o dobro da meta.

O desemprego também não cede. Está estável em 7,9% no total da população. Entre os jovens, atinge 20%

Alguns analistas acreditam que o país está sob risco de estagflação, quando os preços sobem mesmo numa economia que não cresce e não cria empregos.

O país sofreu com a estagflação nos anos 70, durante a crise do petróleo.

Numa cenário como esse, as autoridades econômicas ficam diante de um problema que o Reino Unido já enfrenta: não podem aumentar os juros básicos, o que aumentaria o custo dos empréstimos e afetaria ainda mais o crescimento, mas também não podem deixar a inflação sem combate. E uma das formas de atacar a inflação é aumentar juros.

O país tem uma das menores taxas do mundo, 0,5%. Até ontem, muitos sugeriam que fosse aumentada. Agora, não mais.






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