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Terça - 25 de Janeiro de 2011 às 17:38

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Visões de Chopin podem ter sido efeito de um tipo de epilepsia
Visões de Chopin podem ter sido efeito de um tipo de epilepsia
Um estudo realizado por pesquisadores espanhóis indica que o compositor erudito Frédéric Chopin (1810-1849), que sofreu de alucinações visuais durante toda a sua vida, provavelmente tinha epilepsia.

De acordo com a pesquisa, divulgada pela publicação especializada Medical Humanities, o tipo e a frequência de alucinações que o compositor apresentava é comum em pacientes com epilepsia do lobo temporal.

Outros pesquisadores atribuíram seus surtos de melancolia a transtorno bipolar e depressão.

Chopin ficou conhecido como um artista frágil e sensível e se tornou um dos maiores símbolos do romantismo na arte.

"Fantasmas e terrores"

Visões aterrorizantes são descritas pelo próprio Chopin e por pessoas próximas em cartas e memórias sobre o compositor.

Em seus relatos, a amante de Chopin, George Sand, se recorda de diversos momentos em que ele se mostrou assustado com as visões.

Entre estes momentos, está uma viagem para um monastério na Espanha que teria sido "cheio de terrores e fantasmas" para o músico.

Em uma carta escrita para a filha de George Sand, Chopin descreveu o momento, durante a performance de Sua Sonata em Si bemol menor na Inglaterra em 1848, em que ele se retirou abruptamente do salão.

O pianista diz que havia visto criaturas saindo de seu piano e precisou sair para se recompor.

Os cientistas espanhóis dizem que alucinações ocorrem em diversos distúrbios médicos e psiquiátricos, incluindo a esquizofrenia.

No entanto, elas geralmente tomam a forma de vozes, e não de visões. Por isso, a explicação mais provável para as visões de Chopin é um tipo de epilepsia que ocorre lobo temporal do cérebro.

Ela costuma produzir alucinações visuais complexas e fragmentadas como as relatadas por Chopin.

Ópio

O compositor também tomava láudano, uma solução alcoólica com ópio, para diminuir seus sintomas. No entanto, os médicos descartaram a ideia de que a bebida tenha sido responsável pelas alucinações, já que elas começaram antes que Chopin começasse a usar a solução como tratamento.

O médico Manuel Varquez Caruncho, que liderou o estudo, diz que sem a ajuda dos testes modernos é difícil fazer um diagnóstico definitivo do pintor.

No entanto, ele acredita que a doença de Chopin pode facilmente ter sido ignorada por seus médicos, porque o conhecimento sobre a epilepsia naquela época era limitado.

"Duvidamos que outro diagnóstico para a lista nos ajude a entender o mundo artístico de Frédéric Chopin, mas saber que ele tinha essa doença pode ajudar a separar a lenda da realidade e a compreender melhor o homem e sua vida", disse Caruncho.






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