Prefeito de Novo Santo Antônio teria solicitado notas frias
Os empresários e biomédicos Ricardo Borges da Cunha e Andréia Gonçalves de Araújo, proprietários do laboratório Vita D"cor, sediado em Goiânia, Capital de Goiás, acusaram o prefeito de Novo Santo Antônio, Waldemir Antônio da Silva (PMDB), de ter solicitado uma série de notas fiscais frias para justificar empréstimos da época da campanha eleitoral e exames médicos realizados por parentes do peemedebista. O processo é um dos 23 que pesam contra o prefeito no Ministério Público.
De acordo com os empresários, o prefeito e sua esposa solicitaram ao menos quatro notas fiscais para a clínica. Todas emitidas em nome da prefeitura. Duas dessas notas, totalizando R$ 6 mil, foram usadas para justificar um empréstimo de R$ 5 mil, mais os encargos por atraso, feito por eles próprios ao peemedebista logo após o resultado do pleito de 2008, quando Waldemir foi eleito.
Em depoimento prestado na Comarca de São Félix do Araguaia, os empresários contaram que, além do dinheiro, também haviam emprestado uma caminhonete a Waldemir durante o período em que ele era candidato à prefeitura. Segundo Ricardo e Andréia, depois de eleito, o prefeito pediu uma terceira nota fiscal em nome do município, no valor de R$ 3,5 mil, para que pudesse pagar o empréstimo do carro.
Waldemir teria ainda "presenteado" os biomédicos com um novo jogo de pneus para o carro. O produto deveria ser retirado numa loja especializada em Goiânia. A nota pela mercadoria também foi emitida em nome do município. No documento constava a compra de dois pneus para caminhão, já que a cidade não possui nenhum veículo do mesmo modelo emprestado pelos empresários.
As notas acabaram levantando suspeita e os donos do laboratório foram intimados para prestar depoimento. Na ocasião receberam um telefonema do então secretário de Administração, Antônio Fernando Ferreira, o Toninho, que disse que lhes enviaria uma lista com pacientes fictícios para justificar os valores pagos pela prefeitura. De acordo com os biomédicos, o gestor teria ainda afirmado que o conserto da caminhonete emprestada ao prefeito, orçado em R$ 26 mil, também seria pago pela administração municipal, desta vez com a verba conseguida por meio de uma licitação para a realização de um concurso público.
Ainda de acordo com os empresários, uma quarta nota fiscal foi fabricada pela clínica a pedido da primeira-dama, Raimunda Noleto. O documento justificava os gastos com a realização de exames médicos feitos por ela, seus filhos e sobrinhos. O valor de R$ 1,5 mil, contudo, ultrapassava o custo dos exames. Segundo os donos do laboratório, o dinheiro "extra" foi utilizado para comprar duas bicicletas para os filhos do prefeito numa rede de supermercados da Capital de Goiás.
Trechos dos depoimentos dos empresários revelam fraudes junto à prefeitura
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