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Cidades/Geral
Sábado - 22 de Janeiro de 2011 às 09:00
Por: Caroline Rodrigues

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Edna, mãe de Júnior, reclamou da falta de apoio da Defensoria
Edna, mãe de Júnior, reclamou da falta de apoio da Defensoria
Depois de ficar 3 anos preso, Júnior Cezar de Oliveira Franco, 33, foi absolvido pelo júri popular devido a falta de provas. Ele é frentista e era acusado de matar Joacelina de Oliveira de Lima, com quem tinha um relacionamento extraconjugal. Conforme a família, Júnior ficou preso muito tempo porque não tinha condições financeiras de pagar um advogado e a Defensoria Pública do Estado negou atendimento, alegando o alto número de processos e a falta de defensores disponíveis.

A carência de defensores foi citada no relatório do Conselho Nacional de Justiça, após o mutirão carcerário, realizado no final de 2010. O documento diz que a estrutura da instituição é "acanhada" e não atende de maneira eficiente os detentos, principalmente os que são alvo de injustiça e não têm condições financeira.

O CNJ ainda avalia que a falta de atendimento prejudica as reformas no sistema penitenciário, já que contribui para superlotação, que aumenta os custos de manutenção, e também impede os presos de terem acesso a direitos garantidos.

O não atendimento do réu pela Defensoria também foi enfatizado em despacho do juiz Adilson Polegato, presidente do Tribunal do Júri. O magistrado destacou que ofício da instituição apontava "o acúmulo de serviço e a falta de defensores públicos"

A mãe de Júnior, Edna Franco Godoy, conta que a primeira vitória foi quando a Justiça nomeou o advogado aditivo Jorge Henrique Franco Godoy, ou seja, com os honorários pagos pelo Estado. Após ele assumir o caso, foi questão de meses para o processo ser incluído na pauta do júri.

As testemunhas que tinham visto o então acusado na casa da vítima e, em seguida, escondendo e queimando o corpo no quintal, já não tinham a certeza na hora do reconhecimento. As provas coletadas também foram consideradas insuficientes. Os jurados absolveram Júnior dos crime de homicídio e ocultação de cadáver. Após a sentença dada na quinta-feira (20), o homem conseguiu a liberdade.

Edna diz que não consegue conter a alegria de ter o filho de volta em casa. Ela declara que a certeza da inocência dele foi muito gratificante e mostra que todo sacrifício passado durante o tempo de cárcere não foi em vão.

Júnior passou parte da pena na Penitenciária Central do Estado, no bairro Pascoal Ramos. O local era longe e a mãe conta que passou mal no ônibus durante o transporte várias vezes. As vertigens eram causadas pela hipertensão e costumavam ocorrer depois da visita. "Nunca pensei que ia passar por isto e quando via meu filho naquele lugar, ficava muito triste. Ele sempre me disse que não tinha matado a mulher e eu sempre acreditei, afinal Júnior nunca foi preso".

Tensão - Durante a prisão, os piores momentos passados pela família foi quando Júnior foi encaminhado para o isolamento e não podia receber visitas. Edna relata que o filho nunca foi agredido fisicamente, mas ela já recebeu telefonemas de detentos pedindo crédito para celular e dinheiro. Os criminosos diziam que caso as solicitações não fossem cumpridas, iam matar Júnior na cela.

Edna confessa que no começo fazia os pagamentos como indicado. Então, ela resolveu procurar a diretoria da unidade e foi aconselhada a não dar mais nada, que os telefonemas eram investigados e a situação seria controlada, o que aconteceu alguns dias depois.

O crime - Júnior era acusado de matar a amante. A denúncia relata que o suspeito teria assassinado a mulher e escondido o corpo com mantas e lençóis. Quando amigos sentiram falta da vítima, foram à casa dela e ele acompanhou. As pessoas relataram que havia um cheiro forte e apenas Júnior entrou. Ele fez a vistoria e disse que o cheiro era de um rato morto e que Joacelina não estava. No mesmo dia, ele teria retornado à casa da vítima. Vizinhos perceberam a movimentação no quintal de um homem, que colocou fogo no corpo e escondeu as cinzas.





Fonte: A Gazeta

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