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Polícia Brasil
Quinta - 05 de Setembro de 2013 às 03:15

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Policiais civis do Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa) fecharam, terça-feira (3), banco de ossos humanos clandestino que funcionava numa casa no Jardim Cláudia, em Londrina. Dois irmãos, suspeitos de coletar e distribuir os ossos, principalmente a cabeça do fêmur, foram presos em bairros nobres da cidade.


 
Na casa de Kléber Barroso Cavalca, 42 anos, na Gleba Palhano, foram encontradas quatro cabeças de fêmur armazenadas de maneira irregular e sem origem comprovada. Com seu irmão, Carlo Keith Barroso Cavalca, 37 anos, não foram encontrados ossos, mas assim como Kléber, tinha mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.


 
A operação do Nucrisa teve o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das vigilâncias sanitárias Estadual e Municipal. Entre o material encontrado na casa do Jardim Cláudia e no apartamento de Kléber, foram recolhidos 16 cabeças de fêmur in natura, 89 frascos com pedaços de osso em bloco, 46 frascos com pedaços particulados (osso moído em liquidificador com soro fisiológico), outras sete embalagens com ossos particulados e uma embalagem com fragmentos de ossos do quadril.


 
A delegada-titular do Nucrisa, Samia Coser, explicou que não se sabe como o material foi retirado do doador, nem como foi feito o transporte ou armazenamento. "Encontramos cabeças de fêmur armazenadas num freezer. Para o armazenamento correto, o local deve ter no mínimo dois equipamentos para resfriamento, um com temperaturas que atinjam até menos 20 graus Celsius e outro que vá até menos 80 graus", contou a delegada. Ela informou que os pequenos frascos com ossos eram vendidos por R$ 180 e R$ 250.


 
Os irmãos responderão por tráfico de órgãos e tecidos, artigo 15 da Lei de Transplantes. "Eles vendiam direto para os dentistas e também para um intermediário. O material era levado para Chapecó (SC), Belém (PA), Belo Horizonte (MG) e para os estados de Goiás e Mato Grosso", contou a delegada.


 
No Brasil, existem seis bancos de ossos legalizados. Para o gerente da Vigilância Sanitária de Londrina, Rogério Lampe, os irmão cometiam crime contra a saúde pública. "Esse material geralmente é utilizado para enxertos odontológicos. É um procedimento normal, podendo ser retirado parte do próprio fêmur da pessoa ou de um doador legal. Quando os ossos vêm de procedência duvidosa, como é este caso, as pessoas correm o risco de contrair doenças como hepatite e aids", explicou.





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