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Saúde
Sexta - 21 de Janeiro de 2011 às 13:08
Por: Alline Marques

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A investigação sobre a suspeita de ocorrência da de ocorrência da Klebsiella Pneumonia e Carbapenemase (KPC), a "superbactéria", no Estado foi concluída e o laudo final descartou a possibilidade de infecção por KPC. 

A informação é do superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde (SES-MT), Oderban Ferreira Coutinho Lira, e do médico infectologista da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário Júlio Muller, Francisco Kennedy.

Por meio de investigação clinica e laboratorial, os exames realizados indicaram sinais de colonização da bactéria no trato gastrointestinal da paciente, internada no dia 13 de janeiro, no Hospital Universitário Júlio Muller, mas a bactéria não foi encontrada no sangue, urina e secreção traqueal, o que não caracterizou a infecção.

A paciente de 22 anos foi atendida pelo HUJM após ter sido transferida pela Central Estadual de Regulação do Hospital Regional de Sorriso (HRS). Ela era residente de Feliz Natal e morreu na madrugada do mesmo dia apresentando quadro de infecção e falência múltipla de órgãos.

Mesmo descartando a contaminação, os principais procedimentos adotados pelas comissões de infecção dos hospitais onde a paciente esteve internada em Unidade de Tratamento Intensivo, foi a de não admissão de novos pacientes nesses locais, desinfecção e monitoramento, por meio de exames laboratoriais e cultura do swab anal. Os pacientes das UTIs que estiveram internados no mesmo período da vitima também foram submetidos a exame e continuam sob monitoramento.

Os exames laboratoriais de outros pacientes, até o momento, vêm apresentando resultados negativos para infecção por KPC. Nos hospitais em que a paciente foi internada, tanto no Hospital Universitário Júlio Muller, quanto no Hospital Regional de Sorriso, todos os exames realizados foram negativos para a KPC.

Diante dos resultados e passado o período de desinfecção, a previsão é de que os hospitais reiniciem a admissão de novos pacientes ainda nesta segunda-feira (24). As pessoas que correm risco de contaminação pela bactéria são somente as que possuem quadro clínico grave, em terapia intenvia nas UTIs, ou em internação hospitalar de longa duração.

Superbacteria

A Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase (KPC) é uma bactéria que produz uma enzima (Carbapenemase) que a torna resistente a antibióticos. Ela é restrita a ambiente hospitalar, o que reduz as opções terapêuticas disponíveis.

O surto dessas bactérias multirresistentes está frequentemente relacionado ao uso indiscriminado de antibióticos, o descuido com a higiene antes e depois do atendendimento a um paciente, e nas precauções de contato nos pacientes com infecção. As formas de transmissão são, basicamente, pelo contato com secreções ou excreção de pacientes infectados ou colonizados pela bactéria.

Essa bactéria pode causar infecção hospitalar, que costuma acometer pacientes imunodeprimidos, especialmente os que se encontram nas unidades de terapia intensiva. Os pacientes de UTI também apresentam várias portas de entrada para infecções, tais como sonda vesical de demora, cateter venoso central, tubo orotraqueal, cânula de traqueostomia, e às vezes feridas de decúbito, facilitando muito a infecção por bactérias multirresistentes.

O paciente infectado com a KPC apresenta sinais e sintomas como febre ou hipotermia, taquicardia, piora do quadro respiratório, e nos casos mais graves, hipotensão, inchaço e até falência de múltiplos órgãos. Em relação ao sítio de infecção, a bactéria produtora de KPC pode causar Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica, Infecção do Trato Urinário, de Corrente Sanguínea, de partes moles e outros tipos de infecção.

As opções terapêuticas para o tratamento da Klebsiella Pneumoniae produtora de KPC são poucas. Pode ser usada a Polimixina B, Tigeciclina e até os aminoglicosídeos, porém, confirmado pelo resultado da cultura e antibiograma.

As medidas preventivas recomendadas para combater a KPC são a lavagem das mãos antes e depois de manipular um paciente, além do procedimento padrão de precaução no contato dos pacientes com infecção ou colonizados por bactéria multirresistente, e do contato nos pacientes com forte suspeita clínica de infecção, entre outras medidas. 






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