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Sexta - 21 de Janeiro de 2011 às 07:11
Por: Rafael Costa

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Deputado federal Wellington Fagundes (PR) diz que se preocupa mais com seu trabalho de parlamentar
Deputado federal Wellington Fagundes (PR) diz que se preocupa mais com seu trabalho de parlamentar
Um misto de esperança e decepção é manifestado pelos populares com relação à expectativa do desempenho do Legislativo e Executivo de Mato Grosso nos próximos quatro anos. A reportagem de A Gazeta saiu as ruas para verificar como anda o otimismo dos moradores em relação as atividades dos políticos que estão com mandato renovado nas urnas.

O bancário Fabrício Souza, 25, é também estudante de Ciências Contábeis em uma universidade particular de Cuibá e afirma que seu descontentamento com a classe política se deve aos repetidos escândalos de desvio de dinheiro público.

"O que percebo é sempre a promessa de melhoria em educação, saúde e segurança que são serviços diretamente ligados a qualidade de vida do cidadão. Mas, a realidade é outra, os deputados só legislam em causa própria e o poder Executivo atende aos interesses de um pequeno grupo de poderosos. Não consigo enxergar transformação social alguma", comentou.

Por outro lado, o taxista Lazaro Pereira Passos, 64, se mostra confiante com relação ao grupo político que administrará Mato Grosso nos próximos quatro anos. "Considero Blairo Maggi o melhor governador que este Estado já teve e não será diferente com Silval Barbosa. Ele foi vice-governador, tem experiência, conhece a administração pública e vai fazer a coisa andar".

Para o filósofo Manoel Motta, um dos motivos da descrença da população brasileira com à classe política se deve a apresentação excessiva pela imprensa de irregularidades no poder público. "A democracia no Brasil permitiu que uma ampla cobertura dos veículos de comunicação em relação aos poderes constituídos, o que é relevante para conhecimento da sociedade que exige a partir disso aperfeiçoamentos. Por outro lado, não se vê com a mesma intensidade benefícios a população diretamente ligados à classe política".

O estudioso ressalta ainda que o desconhecimento da população em relação às atribuições dos poderes constituídos estimula a permanência de um Estado muitas vezes conservador que não prioriza a evolução social. "O Brasil ainda sofre pelo baixo índice educacional, mas, é necessário afirmar também que muitos dos universitários e profissionais com nível superior não sabem o papel do Legislativo, Executivo e Judiciário. A realidade política só aumenta com o nível de consciência, o que posteriormente leva ao exercício da cidadania. Fora disso, tudo permanece como está".

As competências dadas ao Legislativo e Executivo que na visão de Motta fogem das suas atribuições, contribuem para um cenário deturpado. "O papel de um deputado não é articular-se para liberação de emendas, mas lutar pelo aperfeiçoamento das leis que que no Brasil são defasadas. Hoje, a medida provisória se transformou em instrumento no qual o presidente da República legisla sem consultar o Congresso Nacional".

Um dos exemplos de desmotivação é o aposentado Waldomiro José do Prado. Aos 65 anos, afirma que não vê motivação alguma para acreditar na classe política. "Ao longo desta vida, aprendi que vereadores e deputados só ficam na conversa e nada resolvem. A única esperança é acreditar no Executivo para melhorar a vida do povo, mas ainda assim está cada dia mais complicado".

Com 23 anos, a estudante de filosofia Fabiana Moraes revela que mantém preocupação com a política desde a adolescência, embora não tenha participação no movimento estudantil, e acredita que o futuro do país passa pela consciência política. "Não dá para reclamar sem preocupar-se com o que ocorre no cenário político. Devemos exercer a cidadania diariamente, conhecer nossos direitos em busca de uma sociedade mais justa".

Integrante do Movimento Cívico de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o advogado Vilson Nery se revela desconfiado com o desempenho da classe política de Mato Grosso. "Muitos do que foram eleitos ao Legislativo estão envolvidos em práticas de corrupção e visam atendem aos interesses de um pequeno grupo. Hoje, a situação é tão bizarra que vemos até suspeitos de graves irregularidades falar em eficiência e seriedade nos gastos públicos".

Descrédito - Ser político no Brasil significa ser alvo de desconfiança. É o que indica pesquisa feita pela GfK, uma das principais empresa de mercado do país, com base em um ranking elaborado para medir o grau de confiança da população sobre 20 grupos de profissionais e organizações. O resultado foi divulgado em junho de 2010.

Apenas 11% das pessoas entrevistadas afirmaram confiar nos políticos. Muito diferente da Holanda, onde o índice chega a 32%.

Por outro lado, os bombeiros são apontados como confiáveis por 98% dos brasileiros, seguidos carteiros por 92% e professores dos ensinos fundamental, médio e médicos com 87%) são as outras carreiras que figuram no topo das mais confiáveis.

Defesa - Eleito para o sexto mandato de deputado federal, Wellington Fagundes (PR), afirma que não se sente preocupado com a reprovação popular a imagem do político e acredita que cada parlamentar deve se preocupar com a qualidade do seu trabalho. "Sempre tenho percorrido municípios do interior dialogando com a população para identificar melhorias sociais e o resultado disso veio nas urnas. Consegui na última eleição mais de 100 mil votos, o que reflete que o povo mato-grossense reconhece meu trabalho, o que me deixa muito feliz".

O deputado federal Valtenir Pereira (PSB), que será empossado no segundo mandato, comenta que é necessário evitar generalizações. "Existem os bons e maus profissionais, assim como os políticos. Mas, a população está madura politicamente e sabe reconhecer quem trabalha pelo coletivo daquele que prioriza interesses meramente pessoais".





Fonte: A Gazeta

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