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Economia
Quarta - 19 de Janeiro de 2011 às 23:03

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É um consenso entre economistas do setor financeiro de que o Banco Central somente começou o ciclo de aumento dos juros básicos. Mas o fato de que tenha iniciado esse processo ainda no início deste ano, abre uma chance (ainda que mínima) de relaxar a política monetária no fechamento do ano.

"Acho que o Banco Central, fazendo esse ajuste já em janeiro, dá uma chance de que talvez,em novembro, haja condições de baixar os juros, ou melhor, de sinalizar na última reunião do ano o início desse processo", comenta Inês Filipa, economista da Icap Brasil. 

Antes, porém, o BC terá um trabalho difícil pela frente. A inflação de 2011 carrega uma dura herança do ano passado (quando os índices de preços dispararam), além de ter de operar sob as expectativas do setor financeiro, que ainda projeta uma inflação acima das metas do governo.

No comunicado divulgado hoje o BC deixou implícito que vai usar todas as ferramentas para essa tarefa.

"O Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11,25% ao ano, sem viés, dando início a um processo de ajuste da taxa básica de juros, cujos efeitos, somados aos de ações macroprudenciais, contribuirão para que a inflação convirja para a trajetória de metas", dizem os diretores do BC, que fazem parte do Comitê.

"O comunicado foi bastante curto e objetivo, mas foi eficaz no tom utilizado. O BC confirmou que o ajuste vai continuar. Não será necessariamente longo esse ajuste, mas deve continuar", avalia Filipa.

A ênfase nas "medidas prudenciais" não significa, porém, que o BC vai subir "menos" a taxa de juros, compensando com outras medidas para enfrentar a inflação, como o ajuste dos depósitos compulsórios dos bancos, uma medida clássica para retirar dinheiro do mercado e esfriar o consumo.

"Na prática, isso realmente aumenta a taxa de juros no crédito bancário. Realmente, seria uma alternativa, mas no mundo inteiro, tem se mostrado uma medida mais ineficiente [para combater a inflação] do que a taxa dos juros", comenta Fabrício Antonio Pessato, do curso de finanças e ciências contábeis da Veris Faculdades (Ibmec).

E Pessato vê um cenário complicado de inflação nos próximos meses. "Eu sempre brinco nas minhas aulas, dizendo todo o início do ano, todo mundo perde de dois a zero para a inflação", mencionando o reajuste das tarifas públicas pelos IGPs, bem como o impacto do IPTU e do IPVA no custo de vida.

"Basta lembrar de 2009, quando nós tivemos um crescimento negativo. Mesmo assim, a inflação do período quase ficou acima da meta. E por quê? Culpa do reajuste dos custos do início do ano", acrescenta.






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