Arnaldo Sottani está preso em GO; em depoimento, ele confessou que transportava 57 kg de cocaína
Polícia de MT deve expulsar delegado acusado de tráfico
A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso irá solicitar a gravação (áudio e vídeo) na qual o delegado Arnaldo Agostinho Sottani confessa à Polícia do Estado de Goiás, informalmente, seu envolvimento com o tráfico de drogas interestadual. O policial deve ser expulso da instituição.
No depoimento, conforme MidiaNews revelou com exclusividade, na semana passada, o delegado afirmou, inclusive, que transportou 57 quilos de cocaína, na aeronave Neiva, modelo N-592-420, prefixo PP-XLB.
Arnaldo Agostinho Sottani foi preso na cidade de Catalão (250 km a Sudeste de Goiânia-GO), no dia 25 de outubro de 2010, pelo Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) da cidade, conforme o site antecipou.
O delegado foi detido sob a acusação de tráfico de drogas e, atualmente, está cumprindo prisão preventiva no vizinho Estado.
Apesar de, inicialmente, ter confessado seu envolvimento com o tráfico de drogas, em depoimento à Polícia Civil de Goiás, Arnaldo Sottani negou sua ligação com traficantes e apresentou uma nova versão, ao ser interrogado pela Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso, no dia 30 de dezembro passado.
O corregedor-geral, delegado Gilmar Dias Carneiro, revelou que, nessa fase do procedimento, na qual foi aberta a defesa prévia, Arnaldo Sottani pode falar o que quiser no interrogatório. "O delegado pode ficar calado, negar e mentir à vontade. É um ato de defesa dele", disse Carneiro.
Apesar da negativa, a Polícia de Mato Grosso, na avaliação do corregedor-geral, a confissão informal aos delegados de Catalão (GO) será utilizada no processo administrativo que apura as acusações contra Arnaldo Sottani. "Mesmo confessando informalmente, depois fica mais difícil para negar, quando ele for interrogado formalmente", afirmou o corregedor.
Gilmar Dias Carneiro declarou que serão "emprestadas" provas das investigações da Polícia Civil de Goiás, devido ao tempo ser resumido. A Corregedoria Geral tem o prazo de 60 dias, prorrogável por prazo igual, para concluir as apurações.
O processo administrativo disciplinar foi aberto no dia 30 de novembro do ano passado e deve se prolongar até o final de março (120 dias).
Arnaldo Sottani poderá, em hipótese, ser punido na esfera administrativa até com a demissão, uma vez que as acusações são classificadas como graves.
O procedimento está sendo coordenado pelo delegado Adriano Peralta Moraes, sob responsabilidade da corregedoria da instituição.
Depois da ampla defesa preliminar, Arnaldo Sottani vai apresentar os argumentos, eventuais documentos e suas testemunhas. Em seguida, a comissão vai ouvir as testemunhas de acusações e solicitar perícias, caso seja necessário.
Além disso, o inquérito movido na esfera criminal será utilizado no procedimento administrativo.
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