Apple: afastamento de Jobs não deve comprometer empresa
Steve Jobs, mais uma vez, se afastou da Apple para cuidar da sua saúde. Reservado, pediu que respeitem sua privacidade e a da sua família. Mas pode a Apple sobreviver sem Steve Jobs? Sim. Um líder carismático e um ícone do mercado de tecnologia como ele faz falta, sem dúvida, mas a empresa consegue seguir sem sua influência diária.
Fato é que o anúncio de afastamento de Jobs aconteceu em um feriado (com Bolsas fechadas nos Estados Unidos) e um dia antes da divulgação de resultados financeiros da empresa no primeiro trimestre, com previsão de números enormes de faturamento e lucro da Apple no período a serem descritos. Se existe algo que a Apple faz bem feito é a sincronia na comunicação de fatos - e a soma de resultados possivelmente enormes à saída de Jobs, ainda que temporária, só comprova isso.
Além disso, a Apple, com ou sem Jobs, se consolidou como formadora de tendências no mercado de computadores e, graças ao iPhone, segue como inovadora no espaço móvel (com iPhone e iPad para confirmar isso). O Android, do Google, assim como o resto dos concorrentes (RIM e, notadamente, Nokia) tentam alcançar o sucesso do iPhone.
Mesmo afastado, Jobs continua a controlar a linha de criação da Apple. É inocente pensar que somente a linha de 2011 de novos produtos (iPhone 5? iPad 2?) está em andamento na pesquisa e desenvolvimento da Apple.
Tim Cook, diretor de operações da Apple, segue novamente como substituto de Jobs no dia-a-dia da empresa: se Jobs é o supercriativo e faz questão de lidar com os produtos da empresa, Cook cuida da casa (vendas, distribuição, finanças). Não é à toa que Cook tem fama de "gente que faz": na ausência de Jobs em 2009, as ações da Apple subiram 70%, conforme nota a agência Bloomberg.
Tive a chance de estar na primeira aparição pública de Steve Jobs após o transplante de fígado, em 2009. Era o lançamento de uma nova linha de iPods e havia o rumor de que Jobs abriria o evento. Ao aparecer magro, agradeceu ao doador do fígado com a voz embargada, e disse que "voltou com tudo". Esperamos, de novo, que ele volte "com tudo" logo. Sabemos que a empresa fica bem sem ele, mas a presença de um ícone da história dos computadores (e também dos celulares) é indispensável.
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