Cavei até encontrá-lo, diz pai soterrado com bebê no RJ
O gerente de hotel Wellington Guimarães, resgatado durante a última semana após ser soterrado com o filho, Nicolas - que completou 7 meses neste domingo -, disse ao Fantástico ter cavado com as mãos até chegar perto do bebê, que chorava. "Eu não tenho noção de nada. Eu orei muito, pedi muito a Deus. Eu cavava cantando um hino de louvor a Deus. Minha mão está toda arrebentada", disse. Wellington perdeu a mulher e a sogra no deslizamento.
Após o primeiro desabamento, Wellington conseguiu chamar por socorro e um homem que se aproximava acionou os bombeiros. Após a chegada das equipes de resgate, no entanto, o morro cedeu novamente e soterrou também os bombeiros. Neste momento, o gerente começou a cavar em busca do filho. Mais tarde, com a chegada de novos resgatistas, um buraco foi feito e Wellington e a criança receberam água. "Ele engasga muito com água. Então, eu botava água na boca e dava na boca dele. Aquele primeiro contato que ele viu que era água, ele agarrava no meu rosto e abria a boca. Ele bebeu tanta água que dormiu", disse. Abraçados, os dois esperaram ser retirados da terra. "Ele ficava quietinho no meu colo. Quando eu dei ele, ele saiu rindo. Dentro da ambulância, ele estava conversando", afirmou.
Chuvas na região serrana
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas são Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região.
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