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Domingo - 16 de Janeiro de 2011 às 09:33
Por: Joanice de Deus

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Com capacidade para atender uma demanda de 100 doadores por dia, o MT Hemocentro possui uma taxa de descarte sorológico de 15% havendo qualquer tipo de suspeita por doenças como de Chagas, sífilis, hepatite e HIV. Em épocas de campanhas, quando aumentam as doações, são coletadas em média 70 bolsas ao dia.

Em 15 anos de triagem, o Hemocentro não tem registro de contaminações de pessoas pelo HIV por transfusões. “Temos um levantamento junto à Coordenadoria de DST/Aids e não há registro de portadores por transfusões”, informou o diretor técnico da unidade, Vitor Rodrigues. O Hemocentro é responsável por atender a demanda de todas as unidades de saúde da rede do SUS em Cuiabá e no interior do Estado. Uma pesquisa feita em três hemocentros brasileiros no período entre 2007 e 2008 indica que o risco de contrair HIV em transfusões de sangue no Brasil é 20 vezes maior que nos Estados Unidos, conforme informações divulgadas no início deste mês pelo jornal Estadão, de São Paulo. No país, o risco residual para HIV em transfusão de sangue foi classificado como alto.

Segundo a matéria publicada pelo jornal, o trabalho, feito por estimativa, calcula que uma em cada 100 mil bolsas de sangue do país pode estar contaminada pelo vírus causador da Aids. Nos EUA, a relação é de um para cada dois milhões de bolsas. Diz ainda que “embora muito mais elevados do que americanos e de alguns países europeus, os índices brasileiros melhoraram. Uma versão anterior do levantamento indicava que uma em cada 60 mil bolsas poderia estar contaminada pelo HIV”. Os números atuais dão conta de que entre 30 e 60 pessoas por ano podem ser contaminadas por sangue doado.

Conforme Rodrigues, o percentual de descarte de bolsas de sangues doadas em países desenvolvidos como os Estados Unidos não chega a 10%. Isso se deve ao maior número de doadores fidelizados, o que reflete na qualidade na coleta da matéria prima.

Ele observa que em Mato Grosso há muitas campanhas e doadores esporádicos. Além disso, algumas pessoas resolvem doar sangue para conhecer a sua condição sorológica, ou seja, saber se tem alguma doença como a Aids. “A finalidade do banco de sangue é buscar sangue para as pessoas que necessitam. Por isso, precisamos de gente saudável, especialmente de fidelizados”, comentou. “O percentual de 15% é o que a triagem barra, havendo qualquer suspeita a gente elimina”, acrescentou.

A doação no país, no entanto, é precedida de uma série de cuidados: os candidatos passam por entrevistas para detectar situações de risco de contaminação recente com o vírus. Passada essa fase, o sangue é submetido a testes para identificar a presença de doenças como o HIV. Um dos problemas está no que médicos chamam de janela imunológica, período no qual a presença do vírus não é descoberta pelo exame. O mesmo problema ocorre com hepatite C, cuja janela imunológica é de 50 dias. Os reflexos dos exames "falso negativos" podem ser constatados nas estatísticas. Dados nacionais mostram que 13,3% dos casos da doença confirmados em 2009 foram causados por transfusão de sangue. (Com Estadão)






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