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Domingo - 16 de Janeiro de 2011 às 08:59
Por: Jean Campos

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O juiz Fernando Miranda Rocha ainda aguarda a decisão para tomar posse como desembargador do Tribunal de Justiça
O juiz Fernando Miranda Rocha ainda aguarda a decisão para tomar posse como desembargador do Tribunal de Justiça

Um ano após ser eleito para uma vaga de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o juiz Fernando Miranda Rocha, da 1ª Vara Especializada de Famílias e Sucessões da Comarca de Várzea Grande, ainda está impedido de ocupar o cargo. O imbróglio causou um desfalque de seis cadeiras no Pleno do TJ. A expectativa é de que o caso seja solucionado na primeira sessão do ano no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), marcada para o próximo dia 25.

Depois de inúmeras diligências realizadas pela corregedoria do CNJ e do TJ, o Procedimento de Controle Administrativo (PCA) que trata da promoção do magistrado começou a ser apreciado na sessão do dia 14 de dezembro do ano passado. O recurso contra a posse, interposto pelo corregedor do TJ, desembargador Manoel Ornellas, recebeu voto favorável do ministro-relator, Felipe Locke Cavalcanti. O ministro Marcelo Nobre pediu vistas ao processo durante a sessão. Nobre alegou necessidade de análise profunda dos autos antes de emitir seu voto.

O juiz Fernando Miranda Rocha foi eleito em janeiro do ano passado em sessão atípica, marcada pela ausência de nove desembargadores dos 29 aptos a votar. Dois recursos contra sua indicação, por ser o magistrado mais antigo em atuação na entrância especial, foram apresentados durante a sessão. Os recursos foram de autoria de Manoel Ornelas e do desembargador Teomar de Oliveira - último membro eleito no pleno pelo critério de antiguidade.

Na leitura do voto, Ornellas apontou que Fernando Miranda possuía um histórico de 17 processos arquivados, aplicação de penas e advertências, sendo cinco penas de censura. A maioria dos processos arquivados contra Miranda, segundo o corregedor-geral, resulta de má-conduta profissional. Além disso, ele citou uma ação penal na qual o juiz foi denunciado pela Procuradoria Geral de Justiça. O caso que denuncia esquema de corrupção e suposta manipulação judicial também tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A legislação prevê que o desembargador não pode ser empossado se, no período dos dois anos que antecederam sua nomeação, responder a algum processo administrativo. Para rejeitar um pedido de candidatura seriam necessários dois terços dos votos do número total de desembargadores. Apenas dois foram contra.

O então presidente da Corte, desembargador Mariano Travassos, acatou o registro de candidatura do magistrado que disputava a vaga com Círio Miotto, Graciema Ribeiro de Caravellas, Maria Erotides Kneip Baranjak, Pedro Sakamoto, Rondon Bassil Dower Filho e Serly Marcondes Alves.

Mesmo eleito pela maioria, Fernando Miranda acabou barrado pelo CNJ um dia antes da posse. Em decisão monocrática, o conselheiro Felipe Locke Cavalcanti deferiu a liminar requerida pelo corregedor-geral do TJ na qual pediu a suspensão da posse. A denúncia de corrupção é um dos principais argumentos pelo qual Manoel Ornelas pede, no mérito, a anulação da sessão em que foi eleito o novo desembargador ou a procedência do pedido de recusa do magistrado que foi negado pelo Órgão Pleno.






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