Arnaldo Sottani afirma que transportou, em avião, 57 quilos de cocaína
Delegado preso em Goiás confessa ligação com tráfico
O delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Arnaldo Agostinho Sottani, em depoimento a polícia de Goiás, ao qual MidiaNews teve acesso, confessou que transportou 57 quilos de cocaína, antes de ser abordado por uma equipe do Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Catalão (cidade a 250 km a Sudeste de Goiânia-GO).
Como MidiaNews revelou na época, em primeira mão, Sottani foi preso no dia 25 de outubro do ano passado, porém nenhuma droga foi apreendida com ele. O delegado mato-grossense encontra-se cumprindo prisão preventiva, que foi decretada pela Justiça de Goiás. Sua defesa já teve um pedido de habeas corpus negado pela Justiça daquele Estado.
Segundo depoimento de Arnaldo Sottani, prestado na Delegacia Regional de Polícia de Catalão, ele confessou que estava envolvido com o tráfico de drogas e havia transportado a cocaína em um avião, do qual era o piloto.
Desse volume de drogas - 57 quilos -, 30 quilos de cocaína foram deixados na cidade de São João Del Rey (MG) e o restante, 27 quilos, seriam entregues na cidade de Caldas Novas (GO). Mas, em razão das chuvas, ele foi obrigado a pousar o avião que pilotava em Catalão.
Ao pousar em Catalão, a polícia local foi informada, via denúncia anônima, que esse avião estava carregado de cocaína e o grupo de traficantes estava se deslocando em uma caminhonete Toyota Hilux, com a droga.
Os policiais do Genarc foram até o aeroporto. No caminho, depararam com uma caminhonete Hilux e fizeram a abordagem. Arnaldo Sottani estava no comando do veículo e, no momento em que se identificava como delegado, os demais ocupantes da caminhonete fugiram. O delegado foi preso nesse momento.
Passado
Sottani estava afastado da Polícia Civil desde o dia 25 de setembro passado, para tratamento médico, com licença de 90 dias. Atualmente, ele atuava na Delegacia Municipal de Comodoro (664 km a Oeste de Cuiabá).
Ele foi denunciado, juntamente, com outros dois policiais civis e dois delegados, em abril de 2008, pelo Ministério Público Estadual (MPE) por "práticas arbitrárias".
Eles foram acusados de abuso de autoridade contra cidadãos e advogados, inclusive, por caso de tortura e omissão. Na época, a denúncia foi proposta pela promotora Ana Cristina Bardusco Silva, na Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública.
O caso aconteceu quando os policiais investigavam a morte de outro policial. Eles invadiram a residência de acusados e conduziram "arbitrariamente" às dependências do Centro Integrado de Segurança e Cidadania do Coxipó, o Cisc-Sul, em Cuuabá. Segundo denuncia, lá eles ficaram por seis horas. Não havia mandado judicial.
Os três delegados, na denúncia do Ministério Público, foram acusados de praticaram "ato atentatório aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional".
Considerado como integrante da "velha guarda" da Polícia Civil de Mato Grosso, Sottani atua, desde 2002 como delegado de Polícia. A atuou na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (Derrf) da Capital e no plantão metropolitano.
Há cinco anos, ele foi transferido para a Delegacia Municipal de Alta Floresta (Extremo-Norte de MT); depois, foi para Pontes e Lacerda e, ultimamente atuava em Comodoro (Oeste do Estado).
Em 2008, Sottani também atuou em Sinop (Norte), quando assumiu a vaga do delegado Richard Damasceno Lage, preso durante a Operação Arrego, acusado de receber propina do esquema do jogo do bicho.
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