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Tecnologia
Sexta - 14 de Janeiro de 2011 às 12:04

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O perfil do cliente de internet no Brasil mudou em 2010, quando o número de acessos à banda larga móvel superou em 51,5% os acessos à banda larga fixa.

Segundo levantamento feito pela Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações), o país fechou 2010 com 34,2 milhões de acessos, sendo 13,6 milhões fixos e 20,6 milhões móveis.

A taxa de crescimento da banda larga foi de 71% no ano passado. A internet fixa foi a que menos contribuiu para esse incremento: subiu de 11,4 milhões para 13,6 milhões em 12 meses, o que representa elevação de 20%.

Entre os acessos móveis, o maior crescimento foi o de internet 3G por meio de smartphones: 257% no ano, para 14,6 milhões.

Em 12 meses, a venda de modems 3G cresceu 31%, chegando à marca de 6 milhões de acessos em dezembro de 2010. A velocidade média da conexão no país, constatada pela Telebrasil, é de 1,3 Mbps.

INCLUSÃO DIGITAL

O número de acessos à banda larga não corresponde ao total de pessoas que se conectam, já que uma pessoa pode ter mais de um acesso, assim como um acesso pode atender mais de uma pessoa.

Com o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga), o governo quer levar internet barata, a R$ 35 ou menos, para 1.163 municípios ainda em 2011.

Essa estimativa de preço é para uma conexão de 512 kbps, quase a metade da média atual nacional.

O presidente da Anid (Associação Nacional para Inclusão Digital), Percival Henriques, encara o crescimento da banda larga como natural, mas vê algumas distorções nos dados.

Primeiro, ele afirma que há mais conexões fixas que o levantamento aponta, sobretudo em pequenas cidades onde as estatísticas oficiais não são exatas.

Nesses mesmos lugares, a velocidade costuma ser pior, por isso a média nacional deve ser menor.

Para Henriques, o crescimento das conexões, sobretudo por meio de smartphones, não configura inclusão digital, uma vez que os clientes desse tipo de serviço quase sempre já têm acesso à banda larga em casa.

"O tipo de demanda da pesquisa, da criança que acessa, da inclusão digital, ainda está na conexão fixa", afirmou. Além disso, a conexão móvel, grande parte via rádio, tem limitações físicas que implicam capacidade mais reduzida de navegação, apontou Henriques.

Ao divulgar os dados sobre conexão, a Telebrasil aproveitou para criticar a alta carga tributária que incide nos serviços de telecomunicações no país. Segundo a entidade, 43% do preço dos serviços é de impostos. No caso do modem, os tributos chegam a 78%.

O governo federal começou o ano com uma medida provisória que desonera modems e outros componentes destinados ao setor de telecomunicações, mas o setor ainda cobra mais redução de custos para o PNBL.






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