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Sexta - 14 de Janeiro de 2011 às 06:37
Por: Téo Meneses

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Clóvis alega que a partir de 1998 a Constituição determinou o ingresso de todos servidores em regimes únicos de previdên
Clóvis alega que a partir de 1998 a Constituição determinou o ingresso de todos servidores em regimes únicos de previdên

O Ministério Público Estadual (MPE) pediu à Justiça de Mato Grosso a anulação de 16 aposentadorias concedidas a deputados e ex-deputados através do Fundo de Assistência Parlamentar (FAP), extinto em 1995. Também requereu que sejam proibidas novas concessões do benefício, o que já vem sendo articulado nos bastidores da Assembleia Legislativa.

A ação civil pública foi proposta pelo promotor de Justiça Clóvis de Almeida Júnior em 31 de agosto de 2009, mas grande parte dos beneficiários ainda não foi sequer citada para apresentar defesa. Veja ao lado relação de nomes.

O promotor alega na ação que A Gazeta teve acesso que as aposentadorias foram concedidas de forma ilegal, já que a partir de 1998 a Constituição Federal determinou o ingresso de todos os servidores públicos efetivos ou temporários em regimes únicos de previdência. Na prática, isso acabou com fundos como o FAP.

Clóvis de Almeida argumenta ainda outra irregularidade. O FAP foi extinto em 1995, mas a Assembleia estendeu os benefícios aos deputados que atuaram até 98 permitindo inclusive recebimento integral da aposentadoria, o que equivale ao salário de deputado em exercício e é reajustado sempre que os parlamentares aumentam os próprios vencimentos.

Mesmo extinto, o FAP foi "ressuscitado" outras 2 vezes através do processo legislativo conhecido como repristinação (que dá vigência temporária a uma lei já revogada). Uma ocorreu em 2003, quando os deputados aprovaram o benefício para quem também atuou na 14ª Legislatura (99/2002). A outra vez foi em 2008, quando os parlamentares aprovaram a aposentadoria para quem ocupou mandato entre 2003 a 2006.

"A concessão de benefícios intitulados de "pensão parlamentar" após a Emenda Constitucional de 1998 fundamenta-se em leis inconstitucionais, causando danos de significativa repercussão aos cofres públicos. É sobretudo, privilégio imoral que a sociedade mato-grossense tem sido compelida a manter mês a mês e que merece ser rechaçada pelo poder Judiciário", afirma o procurador.

A notícia da ação do Ministério Público vem a público um dia depois da divulgação de que os deputados que ocuparam mandato nos últimos 4 anos também querem ganhar a aposentadoria que chegará a R$ 20,025 mil por mês a partir de fevereiro. Eles chegaram a aprovar a terceira repristinação da lei que institui o FAP (nº 4.675/84), mas o governador Silval Barbosa (PMDB) vetou a medida. O veto, no entanto, entrará em pauta novamente na Assembleia a partir de fevereiro e pode ser revogado.





Fonte: A Gazeta

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