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Saúde
Quarta - 12 de Janeiro de 2011 às 05:53

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A resolução da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proíbe a venda de antibióticos sem receita médica desde o final de novembro está fazendo muitas pessoas procurarem alternativas para tratar irritações oculares. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, os prontuários do hospital mostram que durante o mês de dezembro 1 em cada 2 pacientes já chegavam aos consultórios usando colírio por conta própria. Significa que a automedicação aumentou 10% neste período. Isso porque, um estudo finalizado pelo médico em 2007 aponta que no verão o uso de colírios sem prescrição atinge 40% contra 30% no restante do ano.

O especialista diz que o calor facilita a proliferação de bactérias. Não por acaso, nesta época do ano cresce a incidência da conjuntivite bacteriana, infecção da conjuntiva, membrana que recobre a pálpebra e a esclera (parte branca do olho). A única terapia eficaz para combater a doença, destaca, é a instilação de colírio antibiótico. “Usar outro tipo de medicação pode até aliviar os sintomas, mas mascara a infecção e torna a bactéria mais resistente” afirma. Resultado: O tratamento precisa ser prolongado. Usar colírio antibiótico por muito tempo, diminui a imunidade dos olhos, predispõe à úlcera na córnea e outras infecções.

Efeitos colaterais

As complicações não param por aí. Queiroz Neto diz que a maioria dos brasileiros tem um frasco de colírio vasoconstritor em casa que é usado para qualquer vermelhidão nos olhos. O medicamento é indicado para irritações oculares. Clareia os olhos porque contém um princípio ativo que contrai os vasos. O problema é que o uso indiscriminado pode causar olho vermelho crônico, antecipar a formação da catarata (opacificação do cristalino), induzir à hipertensão e alterações cardíacas.

Outro colírio perigoso, alerta, é o anti-inflamatório que contém corticóide. Isso porque, a administração prolongada sem acompanhamento médico pode causar catarata precoce e glaucoma, doença assintomática que é a maior causa de cegueira irreversível. O especialista esclarece que geralmente estas doenças aparecem depois de três meses de uso, mas podem ocorrer antes, dependendo da predisposição de cada pessoa, idade, outros medicamentos em uso e condições da saúde.

Mesmo o anti-inflamatório não-hormonal (sem corticóide) e a lágrima artificial não devem ser usados sem acompanhamento médico. Isso porque, explica, podem desencadear processos alérgicos, especialmente em quem tem histórico de alergia.

Prevenção

Queiroz Neto diz que outras doenças oculares comuns no verão são: conjuntivite viral, conjuntivite tóxica, síndrome do olho seco e fotoceratite (inflamação da córnea decorrente do excesso de exposição ao sol). Todas deixam os olhos vermelhos, destaca, mas cada uma tem um tratamento específico.

As dicas do médico para manter a visão saudável no verão são:

1.      A qualquer desconforto, lavar abundantemente os olhos.
 
2.       Fazer compressas com água fria por 2 dias. Não desaparecendo os sintomas, consultar um oftalmologista.
 
3.      Manter as mãos limpas.
 
4.      Evitar tocar os olhos
 
5.      Não compartilhar colírio, maquiagem, toalhas e fronhas.
 
6.      Descartar sobras de colírio.
 
7.      Usar óculos de natação na praia e piscina.
 
8.      Proteger os olhos do sol, usando lentes com filtro UV, chapéu ou boné.
 
9.      Beber 2 litros de água/dia
 
10.  Incluir semente de linhaça, chá verde, frutas e legumes na alimentação.
 
11.  Evitar o uso de filtro solar ou bronzeador na região periocular.
 
12.  Retirar lentes de contato em viagens aéreas, raia e piscina.






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