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Carros & Motos
Segunda - 10 de Janeiro de 2011 às 11:04

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O automóvel, que sempre foi o símbolo do poder aquisitivo da população, ganhou um concorrente de peso em 2010 para disputar a atenção do consumidor. As facilidades para aquisição do imóvel alteraram a ordem de prioridades na economia mato-grossense. Quem pôde investir em um prazo mais longo para comprar a casa própria, deixou o sonho do carro novo em segundo plano.

A constatação desse cenário é baseada no relatório de emplacamentos de veículos divulgado pelo Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv), que revela o equilíbrio do mercado entre 2010 e 2009. Segundo os dados, foram emplacados 108.222 veículos em Mato Grosso entre janeiro e dezembro do último ano. Na comparação com o mesmo período de 2009, a diferença é de apenas 0,42%. À época, foram emplacados 107.764 veículos no estado.

“O apelo para atingir o consumidor em busca de um imóvel foi muito grande, isso provocou uma mudança de foco que refletiu no segmento de automóveis”, informa o presidente do Sincodiv, Paulo Boscolo. De acordo com ele, essa situação já era prevista no início de 2010 e portanto não provocou surpresas na classe concessionária. “O ano foi muito positivo”, afirma.

Os seis segmentos contemplados pelo levantamento do Sincodiv (automóveis, comerciais leves, pesados, ônibus, motocicletas e semi-reboque) manteram a estabilidade prevista. O setor que teve impulso considerável foi o de comerciais leves, pois representa forte tendência para os próximos anos. “Em 2010 foram comercializados 12.899 veículos desse porte em Mato Grosso, o valor sobressai em 9,06% o registrado em 2009. As camionetes, até então utilizadas apenas fora da estrada, têm se tornado preferência também no meio urbano”, explica Boscolo.

O número positivo, porém preocupante para o segmento, é o de caminhões. Segundo o relatório do Sincodiv, houve alta de 15,21% nas vendas em 2010. No entanto, os 3.211 pesados emplacados mascaram a falta de competitividade dos concessionários de Mato Grosso. “O alto custo de ICMS das peças, o preço do combustível e de manutenção por quilômetro rodado têm permitido a invasão de frotistas de fora do estado e prejudicado as vendas de grandes caminhões nas concessionárias daqui”, diz Paulo Boscolo.

Em uma retrospectiva de 2010, é possível identificar três momentos de mercado. Até o mês de março, em virtude da ainda vigente redução do IPI, houve alta demanda de consumidores em busca do carro zero. Nos meses seguintes, sem incentivos, a comercialização estabilizou, acompanhando o ritmo da economia nacional. “Para fechar o ano, o anúncio da mudança nas regras de financiamento, aliado ao tradicional mês de férias em que todos querem um carro novo para viajar, provocou corrida às concessionárias”, afirma Boscolo.






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