Médico acusado de fraudar estudo sobre vacina se defende
O inglês Andrew Wakefield, autor de um estudo que ligava vacinas de sarampo ao desenvolvimento de autismo em crianças, concedeu entrevista anteontem à rede CNN e negou acusações de fraude.
O médico Andrew Wakiefield e sua mulher, Carmel, em frente ao conselho de medicina, em Londres
Em 1998, ele havia publicado um artigo na revista médica "Lancet" associando a vacina Tríplice Viral-MMR (contra sarampo, caxumba e rubéola) ao autismo.
Em fevereiro do ano passado, o "Lancet" publicou uma retratação, dizendo que a pesquisa tinha erros e seria apagada dos registros.
Mesmo desacreditado, o artigo deu origem a movimentos antivacinação nos EUA e no Reino Unido, o que gerou surtos de contaminação por sarampo.
O conselho médico inglês cassou a licença de Wakefield em maio de 2010 por causa da pesquisa falsa.
Na quarta-feira, a revista "British Medical Journal" publicou um artigo mostrando como Wakefield fraudou os dados do estudo.
Segundo o texto, Wakefield dizia que as 12 crianças estudadas na pesquisa eram normais até que tomaram a vacina. Na verdade, afirma o "BMJ", ao menos cinco delas já tinham sinais de autismo.
Em entrevista à rede de notícias CNN, o inglês defendeu seu trabalho. "O estudo não é mentira. As descobertas que fizemos foram reproduzidas em cinco países."
Wakefield afirmou que é vítima de uma campanha "para acabar com qualquer tentativa de investigar questões válidas sobre a segurança das vacinas".
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