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Saúde
Sexta - 07 de Janeiro de 2011 às 08:20
Por: Amanda Alves

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Duas mil pessoas com câncer, entre elas 100 crianças, aguardam em fila por Autorização de Internação Hospitalar (AIH) e procedimento cirúrgico em Mato Grosso. Na demanda reprimida constam pacientes que ingressaram com pedido de exame diagnóstico em 2007 e até hoje não conseguiram realizar uma biópsia.

A Central de Regulação Oncológica de Cuiabá, que também atende os demais municípios do Estado, ainda não sabe precisar quantos pacientes da fila faleceram desde então, mas afirma que a maior causa de morte em Mato Grosso tem como causa os cânceres. O índice anual de mortalidade é de no mínimo 30% da população com a doença.

A falta de assistência de saúde aos pacientes com câncer, que tem causado o diagnóstico tardio e até a perda de vidas, foi apontado pela Central de Regulação em um documento enviado no dia 27 de dezembro do ano passado ao Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), que o jornal A Gazeta teve acesso com exclusividade.

Segundo o órgão, responsável pela triagem dos novos casos em suspeita, cerca de 1,5 mil por mês, há falta de gerência por parte das 3 Unidades de Alta Complexidade, que deveriam atender pacientes com câncer em Mato Grosso, os hospitais: Santa Casa, do Câncer e Geral Universitário.

A nutricionista oncológica e assistente técnica da Central, Gabriela Teixeira, denuncia que há uma oferta de exames diagnósticos menor do que é contratado pelo Estado nos hospitais filantrópicos e faltam serviços básicos que os pacientes com a doença precisam passar.

"No Hospital Geral Universitário (HGU) deveríamos ter todos os serviços lá, pois é referência. Mas, se precisar de exame de sangue, raio-x, esse paciente tem que ir para o Pronto-Socorro (PS) ou pagar em um particular", exemplifica.

No Hospital do Câncer, segundo ela, o problema se repete, faltando mamografia, ultrassom e leitos, que segundo a assistente técnica, deveriam atender a demanda.

Gabriela diz que uma biópsia deveria ser feita em 7 dias, porém existem pessoas esperando 3 anos por este tipo de exame diagnóstico e que terão obrigatoriamente que esperar pela cirurgia.

Além das 2 mil pessoas em aguardo por procedimento cirúrgico, a fila para realização de biópsia no Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermaq) tem 300 pessoas.





Fonte: A Gazeta

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