Eleito para o Senado, Pedro Taques sabe que terá que manter um diálogo para garantir votos à proposta para acabar com a imunidade parlamentar
Taques estuda para apresentar projetos
O senador eleito Pedro Taques (PDT) tem ocupado o tempo antes da posse, que acontece no dia primeiro de fevereiro, para se preparar para o trabalho no Congresso. Na campanha eleitoral, o carro-chefe da Taques foi a proposta de acabar com a imunidade parlamentar. Com esse foco ele vem fazendo estudos para tentar promover a mudança na legislação.
No entanto, ele sabe que esse trabalho não se faz sozinho. “Não tenho nenhum projeto pronto ainda porque não se faz nada sozinho. Você precisa de votos ali dentro. Terei que conversar e buscar apoio e ajuda dos outros senadores para fazer qualquer coisa”, disse Taques.
Na preparação para o novo trabalho, o pedetista tem estudado o sistema político de outros países para buscar boas ideias para o Brasil. Um dos sistemas que chamam atenção do ex-procurador é o da Alemanha, que também é uma federação democrática e parlamentar. No entanto, difere do Brasil porque o presidente não é eleito diretamente pelo povo e tem poderes mais simbólicos.
Com pretensão de desenvolver um mandato que chame a atenção nacional de maneira positiva, o senador eleito está montando sua equipe, procurando nomes de bons juristas para ajudar na elaboração dos projetos.
Na campanha, Taques reforçou o discurso de combate à corrupção, através de mudanças na legislação brasileira. Ele defendeu, por exemplo, a limitação do mandato de presidente, governadores e prefeito em cinco anos, sem direito a reeleição.
A legitimidade de Taques para discutir o assunto é calcada na sua experiência no Ministério Público Federal (MPF), do qual foi membro por 15 anos. Com grandes casos e operações no currículo, Taques ganhou popularidade quando, enquanto procurador no MPF em Mato Grosso, esteve à frente da operação Arca de Noé, que levou para prisão o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, acusado de liderar o crime organizado no Estado.
Além do combate à corrupção, outra bandeira de Taques é na área da educação. Professor universitário, no Senado ele quer fortalecer o ensino nas modalidades da educação infantil, de jovens e adultos (EJA), indígena e profissional. Como propostas de campanha, ele prometeu lutar pela aplicação do piso nacional do magistério, melhores condições de trabalho e formação continuada ao professor.
Outro assunto que representa o ex-procurador está ligada a área ambiental. Uma de suas promessas era a regulamentação das leis que regem o tema. Conforme o senador eleito, há hoje 16 mil normas sobre meio ambiente. O número, segundo ele, causa burocracia e prejudica tanto os produtores quanto o Estado, que deve defender seus recursos naturais.
Taques ainda está montando a equipe que vai trabalhar com ele no Senado. Ainda não tem a definição de onde ficará seu gabinete. A ocupação das salas pelos 81 senadores eleitos obedece alguns critérios, como se parlamentar já foi governador, presidente, senador ou ocupou outros cargos eletivos. Em seu primeiro mandato, Taques não tem prioridade na escolha das melhores salas. “Todos os gabinetes são bons, não tenho preocupação com isso. Depois do dia 20 isso deve ser definido e eu devo terminar de montar minha equipe”, disse.
Comentários