Afonso briga pelo Intermat; Fabris quer cargo e Bezerra indica Clovis
Começa agora a briga no governo por cargos de segundo e terceiro escalões. O maior embate surge para a presidência do Instituto de Terras do Estado (Intermat). O presidente Afonso Dalberto se articula de todas as formas para continuar no posto, enquanto o deputado Gilmar Fabris (DEM), derrotado à reeleição e, por enquanto, sem chances de assumir vaga na Assembleia, torce para uma composição política para, assim, ter chances de ser indicado ao cargo. O cacique do PMDB, deputado Carlos Bezerra, entrou na discussão. Ele defende que o Intermat seja conduzido pelo advogado Clovis Figueiredo, ex-superintendente do Incra-MT.
O principal aliado de Afonso na luta pela permanência é o deputado estadual reeleito Wagner Ramos (PR), da região de Tangará da Serra. Há entre os dois uma parceria política, inclusive evidenciada na campanha de 2010. O presidente atendeu a vários pleitos do parlamentar quanto à regularização de terras no Médio-Norte, o que supõe ter resultado em dezenas de votos para Wagner na busca da reeleição.
Afonso entrou na administração sob indicação do seu então padrinho político, ex-senador Jonas Pinheiro (já falecido). Antes tinha comandado a Conab em Mato Grosso. Começou no governo Blairo Maggi, em 2003, no controle do Fundo Estadual de Educação. Depois, foi remanejado à presidência do Intermat e mantido no cargo, mesmo com a renúncia de Maggi, hoje senador eleito, e com a chegada de vez de Silval como governador, em 31 de março deste ano.
Pelas articulações de bastidores, Afonso dificilmente continuará na presidência do Intermat, que conta com orçamento de R$ 15 milhões para este ano é está vinculado à secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar. O Palácio Paiaguás recebeu várias reclamações sobre a gestão no órgão. A maior preocupação é quanto ao acúmulo de denúncias por supostas ingerências.
No início das conversações sobre cargos, Silval havia oferecido o Intermat para Neri Geller (PP), mas este estava focado em outra prioridade, que seria ocupar cargo na Câmara dos Deputados. Como saiu das urnas como segundo suplente, Neri conseguiu o que queria, pois dois colegas titulares do seu partido, sendo eles Pedro Henry e Eliene Lima, assumiram, respectivamente, a Saúde e a Ciência e Tecnologia, abrindo para ele e para Roberto Dorner vagas de deputado. Diante disso, Neri dispensou o Intermat.
Bezerra x Fabris
Carlos Bezerra já avisou que não abre mão do Intermat. Alega que o PMDB tem historicamente afinidade com o setor agrário. Já sugeriu o nome de Clovis, hoje adjunto de Agricultura Familiar. A indicação do ex-superintendente do Incra não agrada ao PMDB por inteiro, porque não se trata de um militante, mas de um cabo eleitoral de Bezerra. Enquanto Afonso "gruda" na cadeira e Bezerra se movimenta para arrancá-lo e emplacar Clovis na vaga, Gilmar Fabris corre por fora. Torce para o DEM assumir logo a condição de governista, ocupar a secretaria de Desenvolvimento Rural e indicá-lo para presidência do Intermat.
Depois de definir e nomear os 23 nomes que integram o primeiro escalão, o governador enfrenta agora a briga de caciques políticos, o lobby de quem já está no cargo pela continuidade, e a barganha dos pequenos partidos da coligação que não foram contemplados ainda. Todos estão na luta por espaço. Querem postos de adjuntos, de diretores, de superintendentes e de gerentes.
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