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Policia MT
Quinta - 30 de Dezembro de 2010 às 01:32
Por: Renê Dióz

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Geraldo Tavares/DC
O corpo de Fernando Barbosa Belo, assassinado ontem à tarde em frente de sua casa, no Doutor Fábio
O corpo de Fernando Barbosa Belo, assassinado ontem à tarde em frente de sua casa, no Doutor Fábio

O ex-vigia Fernando Barbosa Belo, 39 anos, condenado pela participação no assassinato do empresário Sávio Brandão em 2002, foi morto ontem à tarde em frente à casa onde morava há dois anos, na rua Comodoro, bairro Doutor Fábio, em Cuiabá. Ele foi alvejado por cinco tiros. A polícia investiga o autor dos disparos e, embora ele tenha anunciado assalto, até agora o crime mostra sinais claros de execução.

Belo estava construindo um muro na frente de sua casa por volta das 16h30. Enquanto isso, conversava com o vizinho, William Magno Almeida, de 23 anos. Segundo ele, os dois conversavam de costas para a rua e não haviam estranhado quando avistaram um rapaz desconhecido que andava tranquilamente pela rua, usando chinelos, um short jeans azul, uma camisa listrada (vermelho, amarelo e preto) e um boné bege que lhe cobria boa parte do rosto.

O rapaz de pele parda e aparentando ter até 19 anos parou atrás de Belo e William, que estavam distraídos, e anunciou assalto. Quando os dois se viraram, logo perceberam que o rapaz já empunhava a arma. William correu para um dos lados da rua e Belo fugiu para dentro de sua casa. O suposto assaltante então fez seis disparos pelas costas. Um deles acertou o carro estacionado nos fundos da casa de Belo e os demais o acertaram na barriga, no peito e em uma das pernas. Pelo menos três tiros foram à queima-roupa, de acordo com o vizinho. Em seguida, o atirador saiu correndo (sem levar nada) e entrou numa via perpendicular à rua Comodoro.

Enquanto isso, uma vizinha de Belo o viu correndo ferido e gemendo nos fundos de sua casa (que não é murada). Ele tentou inclusive ultrapassar um arame que delimita o quintal, mas não conseguiu e acabou morrendo próximo a uma árvore.

William, que momentos antes conversava com Belo, tinha conseguido fugir até uma esquina e não foi atingido por nenhum disparo. Ele retornou ao local dos disparos e encontrou o vizinho no chão, ainda com alguns sinais vitais. Ele relata que tentou manter Belo acordado, segurou-o pela cabeça e perguntou-o se sabia quem tinha efetuado os disparos, mas Belo apenas gemia e não conseguiu dizer nada antes de falecer no quintal.

Só depois a polícia chegou ao local, com base na informação de que haviam sido ouvidos tiros na rua Comodoro. O tumulto de moradores curiosos já tinha se formado. A polícia não tem pistas de quem pode ser o atirador, mas também não descarta que ele tivesse tido algum apoio, embora ninguém tenha percebido mais alguma pessoa no local.

A esposa de Belo, Fabiane Árias, 28 anos, contou que no momento dos disparos estava dormindo dentro de casa, pois a filha do casal (de apenas seis meses), tinha passado mal durante a noite. Fabiane relata que, na hora, pensou que o barulho era de “bombinhas”. Ela diz que não lembra de qualquer ameaça recente recebida por Belo.

Há dois anos Fabiane morava com Belo, que passou a trabalhar como mestre-de-obras depois de conseguir deixar a cadeia por progressão de regime fechado a semi-aberto. Ele havia sido condenado em 2005 a 13 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado (ele pilotou a motocicleta para o cabo Hércules Araújo executar o empresário Sávio Brandão em frente ao jornal Folha do Estado supostamente a mando do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, hoje preso em Mato Grosso do Sul). Ele deixa mulher e uma filha de seis meses. Vizinhos disseram que desconheciam seu passado.






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