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Pecuaristas de MT começam a se preparar para a estação de monta
Pecuaristas mato-grossenses começam a se preparar para a ‘estação de monta’, período em que os touros permanecem junto às matrizes visando o nascimento nas épocas mais favoráveis para o desenvolvimento dos bezerros. A determinação de um intervalo específico para a cobertura das vacas tem resultados positivos dentro da propriedade, com redução da mortalidade ou adoecimento do bezerro e melhor produtividade. Com o início em novembro, os próximos dois meses são de movimentação no comércio de touros e sêmen.
A preparação para a estação de monta começa a partir de agosto e ela é feita tanto pelos criadores quanto por profissionais e empresas. O médico veterinário Francisco Manzi trabalha em uma empresa de biotecnologia e reprodução animal e explica que tanto os comerciantes de touros quanto os de sêmen fazem o planejamento para aumentar a oferta de seus produtos neste período do ano, entre agosto e novembro.
“É agora que há mais disponibilidade no mercado, até porque os criadores de touros e de genética sabem que a procura se dá a partir de agora. Então os animais já passaram por exames e os sêmen estão prontos para serem vendidos”. Segundo Manzi, a escolha dos animais ou do sêmen deve ser feita com cautela, dando preferência para os animais com avaliação genética, ‘puros’ e registrados ou aqueles provenientes de selecionadores reconhecidos. “Atualmente existem premiações, rankings, provas de desempenho e outras modalidades de certificação que garantem aos pecuaristas a escolha dos melhores selecionadores”.
O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, ressalta que o pecuarista deve se atentar às tecnologias que estão ao seu alcance para proporcionar o melhoramento de seu rebanho. “Hoje temos grande e variada gama de tecnologias e genéticas, cada qual para um tipo de propriedade. O pecuarista deve lançar mão desses instrumentos para obter ganhos a cada renovação de seu rebanho”.
ORIENTAÇÕES - Mas o investimento em qualidade genética pode ser desperdiçado caso não se determine um período para a reprodução, explica o médico veterinário Guilherme Nolasco.
Profissional e pecuarista, Nolasco detalha que a estação de monta é uma ferramenta importante para ganhos de produtividade e que cada pecuarista deve adequar a sua de acordo com as características da propriedade.
Segundo o médico veterinário, a estação pode variar de 60 até 90 dias, mas quanto menor o tempo, melhor, pois os bezerros nascem mais próximos um dos outros e as vacas também aproximam seus ciclos, isto é, passam a entrar no período fértil perto uma das outras.
“Analisando o ciclo, temos 290 dias de gestação mais cerca de 35 dias para que a vaca esteja apta novamente para emprenhar. Somando são 315 dias comprometidos, restando apenas 40 dias para nova fertilização e assim se obter um cria por ano. Se a estação de monta se prolonga por muito tempo, a vaca não estará disponível durante a estação, porque após a gestação precisa-se de um tempo necessário para o restabelecimento do organismo”. O maior prejuízo, neste caso, explica Guilherme, é que a vaca deixa de produzir um bezerro por ano, registrando queda na produtividade.
Outro ponto que influencia a escolha do mês na hora da cobertura é o clima. De acordo com Francisco Manzi, quando o bezerro nasce no final da seca, isto é, entre agosto e outubro, o desempenho do animal tende a ser maior. Como explica, nos primeiros meses o bezerro mama menos e exige menos da vaca, exatamente quando há menos chuva. Quando ele começa a exigir mais da vaca e começa a pastar, a partir dos 60 a 90 dias de vida, já está chovendo e há maior disponibilidade de forragem, tanto para seu crescimento quanto para que a mãe possa produzir mais leite e emprenhar novamente.
Antes de selecionar os touros que irão cobrir as vacas é preciso, porém, tomar algumas precauções para evitar perdas. Um dos recursos existentes é o exame andrológico, que permite avaliar a fertilidade do animal. Manzi conta que neste procedimento é analisada a capacidade do reprodutor gerar descendentes, minimizando as chances de o touro cobrir e não fertilizar a vaca. Após os exames é feita a seleção daqueles que serão descartados e os que irão permanecer no rebanho.
“A estação de monta é um instrumento indispensável para o aumento da produtividade na fazenda e que não tem custo específico. Pelo contrário, com o estabelecimento de um período para a cobertura dos animais fertéis, reduz os custos com manejo e com possíveis doenças”. (Com assessoria)
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
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