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Internacional
Quarta - 22 de Dezembro de 2010 às 19:38

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Na última conferência de imprensa antes do recesso de Natal, o presidente americano Barack Obama comemorou a ratificação do tratado de redução de armas nucleares com a Rússia e a queda do veto a gays assumidos nas Forças Armadas, mas lamentou que o "Dream Act" --lei que altera aspectos imigratórios para filhos de ilegais-- não tenha sido aprovada.

"Se há alguma lição a ser tomada ao analisar este período de duas semanas, é que podemos avançar nossa nação juntos", disse o presidente, destacando o esforço conjunto de democratas e republicanos ao aprovarem uma série de medidas mesmo após o resultado das eleições legislativas de 2 de novembro, quando os republicanos venceram mais assentos na Câmara do que os democratas.

Celebrando uma importante vitória política, Obama ressaltou que o novo tratado Start era sua "prioridade máxima em questão de segurança nacional".

Embora o tom inicial da coletiva tenha sido de comemoração, logo na segunda pergunta de jornalistas Obama foi pressionado a comentar um dos mais polêmicos temas de debate na sociedade americana: o casamento gay.

"Diante da queda ao veto de gays assumidos nas Forças Armadas, nosso país permite que os homossexuais lutem e morram pelos EUA, mas mantém a proibição de que eles se casem com as pessoas que amam?", indagou um repórter.

Ao responder, Obama defendeu abertamente seu apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo mas indicou que o tema ainda carece de um debate mais amplo pela sociedade americana.
"Falei sobre isso recentemente e e minha percepção sobre o assunto é de que precisamos seguir adiante no debate. Tenho pessoas que trabalham para mim e amigos que estão há anos em uniões civis muito duradouras com pessoas do mesmo sexo, mas sei que isto não é o suficiente. Eu lutarei pessoalmente para que isso [o casamento gay] aconteça", concluiu.

"DON T ASK, DON T TELL"

Apesar de ter ressaltado dificuldades na votação do Orçamento para 2011 e alguns entraves quanto às novas políticas fiscais que pretende implementar com foco especialmente na classe média, Obama indicou que este foi um período de "muito progresso" no Senado e Congresso dos EUA.

Mais cedo nesta quarta-feira ele assinou a lei que derrubou o veto aos militares abertamente homossexuais de servirem às Forças Armadas americanas.

"Esta lei acaba com uma injustiça de 17 anos", afirmou na coletiva de imprensa.

Em um discurso muito ovacionado antes da assinatura, Obama agradeceu diversas vezes a todos os envolvidos na derrubada ao veto e disse que ter gays entre os militares vai fortalecer a segurança nacional.

A revogação da política entra em vigor 60 dias após ser sancionada por Obama, por Gates e pelo almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.

O secretário de Defesa, Robert Gates, que apoia o fim da proibição, uma das principais promessas de campanha de Obama, citou um estudo recente em que os militares concluíram que a revogação gerava poucos riscos.

No mundo todo, 29 países --incluindo Israel, Canadá, Alemanha e Suécia-- aceitam soldados assumidamente gays, segundo a Log Cabin Republicans, um grupo defensor dos direitos gays.

NOVO START

Outra vitória comemorada por Obama durante seu último pronunciamento antes do Natal foi a ratificação pelo Senado do novo tratado de redução de armas nucleares com a Rússia, conhecido como Start.

O presidente definiu o acordo como uma das mais importantes medidas de segurança aprovadas nos últimos 20 anos, principalmente por se tratar do ex-inimigo da Guerra Fria, a Rússia.

De acordo com o presidente a medida também beneficia o controle dos EUA sobre o programa nuclear iraniano, ao aproximar Washington de Moscou neste setor, já que o governo russo mantém parcerias com a República Islâmica e pode ter um poder de barganha com o regime.

Por 71 votos a favor e 26 contra, o Senado americano aprovou nesta quarta-feira a ratificação do tratado, que agora segue para ser assinada por Obama e ainda deve ser aprovada pelo Parlamento russo para entrar em vigor.

Logo após o resultado da votação, o chanceler russo Sergei Lavrov comemorou a aprovação mas disse que a Rússia provavelmente precisará de mais tempo para debater o tema.

Ainda no final de novembro, no entanto, durante uma reunião de cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Lisboa, o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, cobrou dos EUA a aprovação do tratado e disse que seu governo faria o mesmo caso o Senado americano ratificasse o texto final acordado entre ele e Barack Obama em abril.

"Atuaremos de forma recíproca, em função do que ocorrer nos Estados Unidos", advertiu o líder russo ao fim de uma coletiva de imprensa na capital portuguesa.

Em abril, os presidentes dos EUA e Rússia assinaram o novo Start, estabelecendo que os arsenais de ambos os lados deve ser reduzido para um total de ogivas variando entre 1.500 e 1.675.






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