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Ex-prefeitos relatam ‘paz’ até em período que gerou apelido
O período em que a Câmara de Cuiabá recebeu o apelido de “Casa dos Horrores” também não chegou nem perto de ser comparado ao atual momento vivido entre Legislativo e Executivo. Nesta época, o prefeito era o tucano Wilson Santos.
Chefe do Palácio Alencastro entre 2005 e 2010, ele conviveu com três presidentes na Câmara de Vereadores: Chica Nunes, Lutero Ponce e Deucimar Silva. Mesmo com todos os escândalos sobre desvio de recursos ocorrido nesta época, Wilson garante que sempre manteve uma boa relação com o Parlamento.
O entendimento não foi estremecido, segundo ele, sequer quando CPIs foram instaladas para investigá-lo. O tucano enfrentou uma comissão sobre a coleta de lixo e outra sobre o transporte coletivo. Diz sempre ter colaborado para as apurações.
Roberto França (DEM), que sucedeu o Coronel Meirelles e comandou a Capital de 1997 a 2004, relata que os oito anos de seu governo também foram marcados pela boa relação com a Casa de Leis.
O mais recente ex-prefeito, Chico Galindo (PTB) - que deixou o Palácio Alencastro no ano passado -, avalia que um dos motivos para a “paz” durante sua gestão foi o fato de a base governista ser maior que a oposição na Câmara. À época, os oposicionista se resumiam a três parlamentares: Lúdio Cabral (PT), Domingos Sávio (PMDB) e Toninho de Souza (PSD).
“A Câmara agora é maior também. São 25 vereadores e o Mauro (Mendes) tem uma oposição maior do que eu tinha. Além de maior, mais articulada”, pontua o petebista.
Além da grande quantidade de vereadores contrários à gestão, os ex-prefeitos também não passaram por cobranças pelo aumento do duodécimo, apontada pela gestão Mauro Mendes como o verdadeiro motivo pelo qual a Câmara “declarou guerra” ao Executivo.
Roberto França afirma que nunca foi questionado sobre uma suplementação. Já Wilson Santos diz que, assim como o atual prefeito, consultou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e foi informado que o valor destinado ao Legislativo não poderia ultrapassar os 5% da receita corrente líquida do município.
Deucimar Silva, que foi presidente da Mesa à época do tucano, lembra que, neste período, o duodécimo de chegou a ser diminuído para 4,5%, mas que, ainda sim, conseguia manter a Casa.
O ex-vereador lembra, inclusive, que foi possível fazer uma reforma no telhado do prédio ao custo de R$ 3 milhões. O empreendimento, aliás, foi alvo de denúncias de um suposto superfaturamento.
Com um repasse de R$ 21 milhões ao ano, o progressista diz que conseguiu até mesmo devolver ao Executivo R$ 99 mil no fim de sua gestão. Para ele, os atuais R$ 32 milhões são mais que suficientes. (Colaborou Priscilla Vilela)
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Especial para o Diário
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