- Chega, não vou mais aturar o que estão fazendo comigo. Não vão conseguir me colocar contra o torcedor palmeirense. Ele não sabe que eu atuei machucado, não sabe que fui pressionado a jogar. Não vou agüentar falarem mais mal de mim. Enquanto eu atuei no sacrifício, era um cara bacana, que gostava do Palmeiras. Quando não deu mais para mim, passei a ser um cara que vivia na noite. Chega disso. Se eles quiserem o Valdivia em 2011, terão de me respeitar, senão vamos sentar e procurar outra solução. Talvez amanhã eu não esteja mais no Palmeiras – afirmou o Mago, visivelmente irritado.
O camisa 10 do Verdão deixou clara sua insatisfação com o técnico Luiz Felipe Scolari e com o diretor de futebol, Vladimir Pescarmona.
- Essa pressão é bem clara. Tem um treinador que manda, que escala. Ele precisava de mim, eu fui lá e joguei. Ele dizia que confiava em mim, fui lá e joguei. Mas, quando não deu mais, falou que não fazia o tratamento direito, que estava saindo. Chega. Preciso ser respeitado. Quando eu tive o problema com o Felipão, não saí reclamando para ninguém, ao contrário dele, que foi à imprensa e falou que se eu não estivesse satisfeito, a porta estava aberta. O pior de tudo é que, quando eu encaro as pessoas, elas disfarçam. O Pescarmona disse para todo mundo que o meu problema era psicológico. Não gostei e fui falar com ele. Na hora, na minha cara, ele disse que era uma brincadeira com a imprensa – ressaltou.
Valdivia também desmentiu o advogado do clube, André Sica, que disse que apenas o chileno se recusou a assinar o documento entregue pelo clube, com uma lista de recomendações para que o jogador voltasse em boas condições das férias.
- Quem falou isso é mentiroso, mal-caráter. O Marcos saiu machucado e não assinou esse documento. O Pierre e o Lincoln também não assinaram nada. Por que só comigo? Além disso, no documento estava escrito que, se eu não seguisse as orientações, seria multado em 40% do meu salário. Como vou assinar uma coisa dessas? - questionou o jogador.
Valdivia deixou claro que sempre respeitou a diretoria do Palmeiras, mesmo com ela não cumprindo a sua parte no pagamento dos salários.
- Estou com salário atrasado e existem outras pendências. Mas ninguém sabe disso porque eu nunca fui na imprensa para reclamar. É a primeira vez que eu falo disso. Quando saí da Arábia e vim para o Palmeiras, aceitei ganhar bem menos. Tinha propostas melhores do São Paulo, do Flamengo e do Cruzeiro, mas nem pensei nisso porque tenho um carinho especial pelo Palmeiras e o torcedor sabe disso. Mas tudo tem limite. Fiquei 2010 calado. Em 2011, não vou ficar mais - concluiu.
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